O Aspecto Espiritual do Homem

“(…) honro as diversas expressões da verdade que fluem do Deus único através das escrituras de seus Vários emissários. Todas elas têm um significado tríplice: material, mental e espiritual. São fontes divinas de “águas vivas” que podem saciar a sede da humanidade no corpo, na mente e na alma.

O significado material dos ensinamentos de Cristo enfatiza seu plicado ao bem-estar físico e social (…).

A interpretação mental elucida a aplicação dos ensinamentos de Cristo para o progresso da mente e do entendimento humanos (…).

(…) em relação ao aspecto espiritual do ser humano, os ensinamentos de Jesus apontam o caminho para o reino de Deus – a experiência pessoal das infinitas potencialidades divinas de cada alma como um filho imortal de Deus, por meio da comunhão devocional e união definitiva com o Pai Celestial, o Criador de todos.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. XXI.

Parte: Introdução.

Introdução, Segunda Vinda e o Conhecimento

“(…) após legar um caminho universal para o reino de Deus, foi crucificado e ressuscitou; seu reaparecimento para as multidões não é necessário para a concretização de seus ensinamentos. O necessário é que a sabedoria cósmica e a percepção divina de Jesus novamente por meio da experiência e do entendimento que tenha da Consciência Crística infinita que estava encarnada em Jesus. Essa será a sua verdadeira Segunda Vinda.

(…)

(…) somplesmente  leem o que ele disse e o repetem; e porque está documenado nas Escrituras bíblicas, acreditam cegamente, com pouco esforço para realizar a sabedoria ali presente por meio de sua experiência pessoal. A realizacão consiste em sintonizar a própria consciência com Cristo; daí surge o entendimento correto.

(…)

A Autorrealização é o conhecimento – percebido mediante o corpo, a mente alma – de que somos um com a onipresença de Deus; de que não temos que orar para que ela venha a nós, de que não estamos meramente sempre próximos, mas de que a onipresença de Deus é nossa própria onipresença; de que somos parte Dele agora, tal qual haveremos sempre de ser. Só o que precisamos é aperfeiçoar nosso conhecimento.

(…)

Nestas páginas ofereço ao mundo uma interpretação espiritual revelada pela intuição, das palavras proferidas por Jesus – verdades que recebi por meio da autêntica comunhão com a Consciência Crística.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. XVIII- XIX.

Parte: Introdução.

Empreendedorismo Exoconsciente!

” (…) todos os que se mantêm puros ante a onipresença de Deus sabem que, sem se libertar dos apegos corporais na consciência – para o que a renúncia exterior é uma ajuda, se não uma condição absoluta -, não há possibilidade alguma de possuir o Infinito. Embora Jesus tenha enfatizado a renúncia completa, ele também disse: “Amarás o teu próximo”, que significa trabalhar por todos – e isto, enquanto “amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração”.
A vida perfeita de Jesus, mesmo em tão tenra idade, manifesta com perfeição o comportamento de um filho divino consagrado a servir à humanidade. Sabendo ser um filho de Deus, ele declara abertamente que seu dever mais elevado é cuidar da questão celestial de difundir o reino de seu Pai Divino. (…) O mundo, agitado com suas constantes ocupações, pouco compreende, tal qual os pais de Jesus o foco supremo de quem sabe não haver obrigação maior do que o nosso dever para com Deus. (…) As obrigacões espirituais e materiais não deveriam ser contraditórias, assim complementares. Se uma contradição ocorre, essas obrigações estão incompletas e deveriam ser modificadas de forma que, em vez de competir uma contra o outra, trabalhem juntas – como dois cavalos puxando o carro da vida harmoniosa e uniformemente rumo a um objetivo feliz.

O homem comum considera o mundo, sua família e seu trabalho como sendo suas ocupações; mas o homem espiritual sabe que seus deveres (…) devem ser realizados como um serviço a Deus.

Os negócios devem ser espiritualizados; tudo deve ser feito preservando-se internamente a consciência de Deus. (…) Os negócios que estão em harmonia com as leis de Deus são de benefício duradouro para a humanidade. Empreendimentos lucrativos que visam apenas prover o luxo humano e as falsas ou más tendências estão destinados a ser destruídos pela operação da lei divina de sobrevivência do mais nobre. Qualquer negócio que prejudique o bem-estar espiritual dos demais não oferece um autêntico serviço e está condenado a ser extinto pela própria natureza de suas atividades. Uma vida bem-sucedida precisa iniciar pela cultura espiritual, pois todas as ações materiais e morais são governadas por leis espirituais.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 86-87.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.

Conhecimento Superior

Um decisivo acréscimo a essa cena do templo, nos apócrifos Evangelhos da Infância, deveria ser considerado; seu relato pelos primeiros cristãos foi sem dúvida uma tentativa de expressar a admiração e reverência que eles sentiam diante do fato de ser Jesus dotado não só de sabedoria celestial, mas também de profundo conhecimento do que era pertinente a este mundo.

“Certo rabino superior perguntou-lhe: ‘Tu leste livros?’ Jesus respondeu que havia lido tanto os livros quanto o que vinha neles contido. E então lhes explicou os livros da lei, os preceitos, os estatutos e os mistérios que estão contidos nos livros dos profetas; coisas que a mente de nenhuma criatura poderia alcançar.(…)

“Quando certo astrônomo que estava presente perguntou ao Senhor Jesus se ele havia estudado astronomia, o Senhor Jesus respondeu, e lhe citou o número das esferas e corpos celestes, como também o seu aspecto triangular, quadrado e sextil; seu movimento progressivo e retrógrado; seu tamanho, e vários prognósticos; e outras coisas que a razão do homem jamais havia descoberto.
“Também havia entre eles um filósofo qualificado em física e filosofia natural, que perguntou ao Senhor Jesus se ele havia estudado física.”

(…)

“Ele respondeu, e explicou-lhe a física e a metafísica, e também as coisas que estão acima e abaixo do poder da natureza; e também os poderes do corpo, seus humores com seus efeitos; também o número de seus membros, ossos, veias, artérias e nervos; as várias constituições do corpo, quente e seco, frio e úmido, e as suas tendências; como a alma opera o corpo; o que eram suas várias sensações e faculdades; a faculdade da fala, da ira e do desejo; e, por fim, o modo de sua composição e dissolução; e outras coisas que a compreensão de nenhuma criatura jamais havia alcançado.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 85.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.

Gênios Espirituais

“Sabemos da existência de gênios mentais cujo cérebro absorve conhecimento a uma velocidade espantosa. Eles são dotados de uma erudição e habilidades de aprendizado trazidas de vidas passadas, que os predispõem a um desenvolvimento supereficiente do cérebro. Gênios espirituais, além disso, têm a habilidade superconsciente de acessar a biblioteca de sabedoria da realização
espiritual – a faculdade intuitiva onisciente da alma que manifesta sua unidade com a infinita Inteligência Divina.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 84.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.

Poderes de Jesus em Sua Infância

“(…) já em sua infância Jesus possuía grandes poderes, similares àqueles que ele havia manifestado em sua encarnação prévia como Eliseu, pressagiando os milagres do seu ministério de adulto, que demonstraram comando sobre a vida e a morte e sobre as leis naturais que não cedem em sua fixidez exceto por um comando divino.

(…)

À medida que o menino sai da infância, ele inicia o exercício mais consciente de seus poderes concedidos por Deus.

(…)

Vida e morte, matéria animada e inanimada, tudo era visto pelo menino Jesus como vibrações manipuláveis da consciência de Deus. Relata-se que ele moldou pardais a partir da lama retirada de poços depois de uma tempestade; e quando repreendido por ter praticado tal ação no sábado, ele deu vida aos pássaros e ordenou-lhes que voassem.

(…)

“Se um homem desconsidera o aviso de não tocar um fio desencapado e é com isso eletrocutado, não é o fio desencapado, mas a insensatez do homem, o responsável por sua morte. A mesma verdade se aplica ao caso das crianças perversas que zombaram de Eliseu. Trata-se da história de toda oposição maléfica à vontade justa de Deus: o mal causa, por fim, sua própria destruição.” God Talks With Arjuna: The Bhagavad Gita.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 79-81.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.

Experiência Pessoal da Realidade Única

Para a prova absoluta da verdade se requer mais do que a racional dos pedantes, as orações de fé dos eclesiásticos, a prova científica de investigadores dedicados; a derradeira validação de qualquer doutrina reside na autêntica experiência pessoal daqueles que entram em contato com a Realidade Unica. A diversidade de opiniões em assuntos religiosos persistirá indubitavelmente enquanto as multidões ainda carecerem de tal qualificação. Não obstante, Deus deve apreciar a heterogênea miscelânea de Sua família humana, já que não Se deu ao trabalho de escrever claras orientações através dos céus para todos pudessem igualmente vê-las e concordar em segui-las.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 78.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.

Distinção Entre Fatos Bíblicos e Ficção

O tempo trabalha na mente dos homens, de modo especial daqueles que estão distantes da época dos acontecimentos, para acrescer ou minorar os atributos de personagens importantes e os eventos associados com suas vidas. Se estes tiverem conotação religiosa, transformaçõs de fatos em lendas parecem ocorrer de forma ainda mais temerária. (…) a Índia recobriu sua riqueza espiritual mais sagrada – e os agentes divinos deste tesouro – com um simbolismo e a profundidade de uma mitologia rica de significados que preservaram os princípios e os preceitos de suas escrituras ao longo de gerações de dominacão e influência estrangeira. Talvez as vozes da Antiguidade não devessem ser inteiramente silenciadas ou descartadas precipitadamente de nossa consideração mental. Todavia, um atento discernimento está por certo justificado.

Essa distinção entre fato e ficção, de modo a manter a integridade da Igreja e da doutrina cristãs, era claramente a intenção dos patriarcas da Igreja. Os 27 livros do Novo Testamento que hoje constituem o relato bíblico da vida e dos ensinamentos de Jesus foram compilados, nos primórdios da Igreja, de uma coleção muito mais ampla de textos. 

(…)

É difícil deixar de concordar em alguma medida com o comentarista John Jortin (1698-1770; arquidiácono de londres), que, segundo nos diz Hone, ao analisar a autoridade desses Concílios Gerais, concluiu ironicamente: “O Concílio dos Apóstolos em Jerusalém [Atos I] foi o primeiro e o último de que se pode afirmar ter sido presidido pelo Espírito Santo”

(…)

O surgimento da compilação específica de livros hoje conhecida como o Novo Testamento ocorreu no ano 367 d.C.

Durante séculos, a existência de muitos dos textos que foram suprimidos e destruídos era praticamente desconhecida – tanto para os eruditos quanto para os que professavam a fé. Alguns deles vieram à tona na famosa descoberta em Nag Hammadi, Egito, em 1945. Devido às descobertas de Nag Hammadi, escreve Elaine Pagels Ph.D., professora de religião na Universidade de Princeton e renomada estudiosa do Cristianismo original, “nós começamos a ver que o que chamamos de cristianismo – e o que identificamos como sendo a tradição cristã – na realidade representa somente uma pequena seleção de fontes específicas, escolhidas dentre dezenas de outras. (…)

Por volta do ano 200 (…) o cristianismo se tornara uma instituição encabeçada por uma hierarquia em três níveis constituída de bispos, padres e diáconos, que se viam como os guardiães da única ‘fé verdadeira’. (…) Os esforços da maioria para destruir todos os vestigios de ‘blasfemia’ herética tiveram tanto êxito que, até a descoberta em Nag Hammadi, praticamente todas as informações sobre formas alternativas de cristianismo dos primeiros séculos vinham dos violentos ataques ortodoxos contra elas. (…) Se tivessem sido encontrados mil anos antes, [esses] textos quase certamente teriam sido queimados como heréticos. (…) Hoje nós os lemos com olhos diferentes, não como mera ‘loucura e blasfemia’, mas como os cristãos dos primeiros séculos devem tê-los lido – como uma vigorosaalternativa para o que conhecemos como a tradição ortodoxa cristã.” – Elaine Pagels, The Gnostic Gospels (Nova York: Vintage Books, 1981) [Os evangelbos gnósticos (Ed. Objetiva)]. (Nota da Editora).”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 75-77.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.