“O grande problema consiste em saber que objeto é tratado; é dito às vezes que a prima materia é a matéria tratada no processo alquimico; mas depois, pelas expressões usadas, fica claro que a Sabedoria de Deus, que, por assim dizer, caiu na matéria e com ela se identificou; mas logo é também, às vezes, o próprio autor, pois ele fala na primeira pessoa: “Estou chorando na noite… Temos de concluir daí que o espírito da matéria e o autor estão, as vezes, contaminados a diferença entre os dois é toldada, e o alquimista tornou-se literalmente idêntico ao objeto místico que ele está cozinhando em seu recipiente.
Isso faz fronteira com um estado psicótico (ou fica muito próximo deste), quando é típico que a consciência do ego seja tragada ao tornar-se idêntica a certos complexos do inconsciente, geralmente de natureza arquetípica. Isso também ocorre no que o dr. Jung chama de psicose voluntária, ou seja, na imaginação ativa.”
VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia, Uma introdução ao simbolismo e seu significado na psicologia de Carl G. Jung, Ed. Cultrix 2022, Pág 396.
9a Palestra | Aurora Consurgens