V.I.T.R.I.O.L.

V.I.T.R.I.O.L.

VISITA INTERIORA TERRA
RETIFICANDO INVENIES OCCULTUM LAPIDEM

 

Para aqueles que buscam os segredos velados do universo, símbolos não são meros adornos intelectuais nem resquícios de um passado esquecido.  Eles são mapas codificados, diagramas sagrados que guardam verdades profundas,  revelando-se apenas aquelas pessoas dispostas a decifrar sua linguagem oculta.

Há séculos, um aprendiz de alquimia perguntou ao mestre Basillius Valentinus qual era o maior segredo da arte alquímica. O mestre, sem hesitação,  respondeu: V.I.T.R.I.O.L.

 

 

O que essa enigmática expressão realmente significa seria apenas uma relíquia do pensamento medieval um mistério restrito aos antigos laboratórios alquímicos?  Há nela algo muito maior, um roteiro para a mais grandiosa transformação, não dos metais, mas da própria alma.

Na tradição esotérica da alquimia, V.I.T.R.I.O.L. é entendido como um chamado para a jornada interior, uma instrução velada para descer às profundezas do próprio ser e encontrar aquilo que é eterno; é um enigma cifrado, compreendido apenas por quem se atreve a atravessar os portais da autotransformação.

Sua essência reside na Tábua de Esmeralda de Hermes Trismegistos e se manifesta nos intrincados diagramas dos mestres alquimistas que sempre souberam que a transmutação da matéria não passa de um reflexo da suprema transmutação: o aperfeiçoamento do ser. Por trás dessas sete letras carregadas de mistério, estaria a chave para a lendária Pedra Filosofal, o elixir da imortalidade, que tantas mentes geniais buscaram ao longo dos séculos. 

Este não é um conhecimento comum. O que você está prestes a explorar é um convite para enxergar além do véu das aparências,  para compreender o que permaneceu oculto desde os primórdios, resguardado daqueles que não estavam prontos.

Nos símbolos misteriosos da alquimia o conhecimento não é dado mas sim buscado, descoberto e conquistado. Não há exemplo mais profundo dessa verdade do que a sagrada fórmula de V.I.T.R.I.O.L., uma palavra que deve ser mais do que pronunciada, deve ser contemplada, refletida e eventualmente vivida.

O V.I.T.R.I.O.L. é um acróstico. Suas letras formam um enigma escrito na linguagem sagrada dos alquimistas.

 

VISITA INTERIORA TERRA
RECTIFICANDO
INVENIES OCCULTUM LAPIDEM

Visite o interior da Terra e 

ao retificar 

encontrará a pedra oculta

 

À primeira vista, essa frase parece se referir a uma jornada física, talvez uma descida ao subterrâneo a mineração de minerais ou a busca por ouro.  Porém, aqueles que conhecem os mistérios sabem que na alquimia tudo o que é externo é apenas um reflexo do que está dentro.

A terra que se deve explorar não é composta por solo e pedras, mas pela própria essência do ser, a caverna é a alma e a pedra oculta é a centelha divina que reside dentro de nós.

Visitar o interior da Terra significa voltar-se para dentro buscar além das camadas de ilusão que mantêm a mente presa ao mundo transitório.  Trata-se de um processo de escavação, uma descida ao inconsciente, às profundezas sombrias da nossa própria natureza. Como Carl Gustav Jung tão sabiamente disse “é ali que a verdade se encontra, escondida sob os escombros da falsidade e da ignorância”.

Contudo, a simples descida não é suficiente. A fórmula exige retificação, a purificação, o refinamento e a reorganização do que é encontrado. O Alquimista não deve apenas descobrir a matéria bruta, mas transformá-la através do fogo, dissolvendo, purificando e separando o denso do sutil até que finalmente a pedra oculta se revele em sua perfeição luminosa. 

Mas o que seria essa pedra oculta? Seria a Pedra Filosofal dos alquimistas, o elixir da vida, o verdadeiro eu livre das ilusões? Ela tem muitos nomes, mas sua essência permanece inalterada: trata-se do estado perfeito do ser, da consciência desperta, o núcleo luminoso que o mundo material não consegue perceber. É a centelha enterrada nas sombras da matéria aguardando para ser desenterrada,  esperando ser transmutada.

Na alquimia, o que está abaixo se manifesta nos sete metais; na astrologia o que está acima reflete-se nos sete planetas. Em cada um de nós existem sete chakras.

É crucial entender também que a Pedra Filosofal se refere à Pedra dos Filósofos. Mas atenção: isso não é a mesma coisa que “a pedra”. A retificação é o processo que transforma uma coisa na outra. Tenha isso em mente enquanto desvendamos o símbolo.

Através das gerações, esse ensinamento tem reverberado nas tradições sagradas. Ele descreve a jornada do adepto dos mistérios herméticos: é a descida do místico ao submundo, a noite escura da alma que antecede a iluminação. Esse é o caminho da transformação oculto por símbolos e velado por alegorias, mas sempre acessível àqueles que estão dispostos a ver além das aparências. No entanto, ter a chave não é suficiente. É necessário girá-la, abrir a porta e seguir o caminho.

Os alquimistas não compartilhavam seus ensinamentos de maneira simples nem entregavam a sabedoria a quem ainda não estava preparado. Em vez disso, eles escondiam suas verdades em símbolos, imagens e alegorias, criando emblemas que apenas aqueles com a mente treinada conseguiam compreender, enxergando além da superfície. O símbolo de V.I.T.R.I.O.L. segue essa mesma tradição. Ele é mais do que uma simples imagem, é um diagrama sagrado, uma mandala de transformação que contém o mistério profundo da grande obra.

 

Decodificando os Símbolos

 

Círculo

A forma externa do emblema de V.I.T.R.I.O.L. é um círculo que envolve todo o desenho. No contexto da alquimia, o círculo representa a unidade, a totalidade e a eternidade. Ele simboliza o ciclo eterno de criação e dissolução, como o ouroboros cósmico, a serpente que se devora. Além disso, o círculo é o marco da conclusão do Magnum Opus, a fase final da transmutação alquímica, onde o impuro é purificado até alcançar sua perfeição. Para o alquimista, o círculo é simultaneamente proteção e desafio. Ele traça a linha divisória entre os iniciados e os que ainda não possuem a Chave do Saber.  

Para aqueles que estão fora do Círculo, o símbolo parece uma sequência desconexa de imagens. Porém para aqueles que se aventuram a entrar e realizar o trabalho começa a se revelar uma ordem oculta. O círculo também representa o recipiente sagrado, o laboratório da transmutação, seja ele no mundo externo ou no interior da própria alma. 

 

Mãos, Saturno e Júpiter

Dentro do Círculo, duas misteriosas mãos surgem das nuvens, cada uma apontando para um símbolo planetário distinto. Essas mãos carregam um ensinamento alquímico profundo. Na filosofia hermética, todas as coisas existem em polaridade: luz e escuridão, quente e frio, expansão e contração, masculino e feminino. Essas forças não se opõem mas se equilibram de maneira dinâmica, sendo cada uma essencial para a existência da outra. No emblema de V.I.T.R.I.O.L., as mãos simbolizam essas forças polarizantes que guiam o alquimista em sua jornada. Uma das mãos aponta para Saturno, o planeta frio e denso associado à restrição, disciplina e dissolução. Saturno é o chumbo do processo alquímico, a matéria prima da grande obra. Ele representa o estado bruto e não refinado, tanto na matéria quanto na alma adormecida, aprisionada pela ignorância, medo e ilusões. A outra mão aponta para Júpiter, o planeta da expansão, sabedoria e transformação. Júpiter simboliza o estado refinado, a elevação da alma além de suas limitações. Se Saturno é o início da jornada, Júpiter é a luz que orienta o alquimista em sua evolução. A presença de ambos os planetas no emblema indica a necessidade de entender e equilibrar essas forças opostas. Não se trata de apegar-se à matéria, Saturno, nem de dissolver-se completamente no etéreo, Júpiter, mas de harmonizar os dois.

 

Sol, Lua e Cálice

No topo do diagrama, os astros Sol e Lua vertem suas essências em um cálice, um vaso situado no centro da grande obra. Esta é uma das imagens mais sagradas da alquimia, representando o objetivo final de união. A energia do sol e da lua sempre foi interpretada como representações de forças opostas no Cosmos.

 O sol é associado ao princípio ativo do calor, da ação; enquanto a lua reflete o princípio passivo da água, da receptividade. A alquimia ensina que para alcançar a verdadeira transformação,  essas duas forças devem se fundir em equilíbrio perfeito. Este processo é conhecido na alquimia como coniunctio, a união sagrada dos opostos. Ele simboliza a integração entre o espírito e a matéria, a consciência e o inconsciente, e todos os aspectos tanto elevados quanto inferiores da totalidade do ser.

O cálice que aparece abaixo dos astros no diagrama é o símbolo do recipiente da transmutação, o espaço onde essa fusão alquímica deve acontecer. Esse recipiente pode ser visto como o laboratório físico do alquimista mas, mais profundamente, representa a alma humana, o verdadeiro local onde a transformação sagrada deve se realizar.

A imagem do sol e da lua derramando suas essências no cálice remete ao princípio fundamental da alquimia solve et coagula, dissolver e reunir:  primeiramente é necessário dissolver o impuro separar os opostos,  para posteriormente, uni-los de uma forma mais pura e elevada.

 

Mercúrio

Mais abaixo vemos Mercúrio, uma figura fundamental para a alquimia que é descrita como o andrógeno divino,  integrando ambos os princípios masculino e feminino. Dentro de si, Mercúrio age como mediador e une o Sol e a Lua,  estabelecendo a ponte entre o alto e o baixo, o céu e a terra, o espírito e a matéria. Na alquimia, Mercúrio é visto como a substância mais misteriosa pois pode ser tanto material quanto espiritual. Ele é o solvente universal, a matéria prima e o agente da transformação. Sem Mercúrio, as outras substâncias alquímicas como o enxofre e o sal permaneceriam separadas e a transmutação não seria possível. 

Assim, sua posição dentro do diagrama de V.I.T.R.I.O.L. sublinha seu papel essencial no processo de transformação, tanto no plano físico quanto no interior da Alma. Compreender Mercúrio é portanto entender a própria transformação e a capacidade de reconciliar as polaridades internas. 

 

O Globo Imperial e a Cruz

No centro do diagrama de V.I.T.R.I.O.L. encontramos o globo Imperial e a cruz, símbolos que embora muitas vezes negligenciados, carregam grande significância: o globo representa a terra, o reino material, enquanto a cruz sobre ele simboliza o domínio espiritual sobre a matéria. Este é o sinal de quem completou a transformação alquímica, conquistando a maestria sobre os elementos e se tornando, de fato, V.I.T.R.I.O.L., a própria essência da grande obra.

Esse símbolo tem sido retratado em representações de figuras de grande liderança, como imperadores e Papas, que ao longo da história buscaram a transformação através dos ensinamentos ocultos. Seu propósito era elevar a consciência humana a novos patamares.  Aqueles que decifraram o Enigma do V.I.T.R.I.O.L. experimentam uma iluminação. Alguns se tornam grandes líderes outros caem na tirania.

O globo Imperial e a cruz podem ser interpretados como a Pedra Filosofal em sua essência: a união entre a matéria e o espírito, o estado perfeito do ser. No contexto do cristianismo esotérico, a cruz sobre o globo faz referência a Cristo como Rex Mundi, o rei do mundo que conquistou tanto os céus quanto a terra.

 

Resumo do Esquema Dinâmico 

 

Cada componente do diagrama V.I.T.R.I.O.L. possui um propósito específico funcionando como um manual oculto que ilustra a jornada da grande obra. O Círculo simboliza o mistério profundo a jornada é guiada pelas mãos das polaridades divinas, conduzindo da matéria bruta a sabedoria elevada. O Sol e a Lua canalizam suas energias no cálice, promovendo a união dos opostos. Mercúrio, o mediador, ocupa o centro dessa transformação e no ápice de tudo estão o globo e a cruz, a realização última da obra.

 

Outros Elementos

 

Outros elementos essenciais aparecem no diagrama, como os três escudos, a mônada, as correntes que os conectam e os dois globos.

 

Escudos

Cada escudo representa um princípio alquímico fundamental: o leão, enxofre; a águia, Mercúrio e a estrela de sete pontas, o sal, simboliza o corpo. O enxofre representa a alma e mercúrio é o grande intermediário que integra corpo e alma. As qualidades do sal são multiplicidade e ação. As do enxofre são unidade e vontade, e as de mercúrio são dualidade e sabedoria para viver de maneira plena e bem sucedida o necessário combinar em harmonia.

Se olharmos de outra perspectiva, podemos associar o cálice à água, o leão ao fogo, a águia ao ar e a estrela a Terra no diagrama.

 

Esferas de baixo

Também surgem duas esferas representando o céu e a terra, que ressaltam a polaridade entre o alto e o baixo, forças que precisam ser equilibradas e integradas. 

No centro do diagrama, um anel frequentemente relacionado a mônada,  simboliza o microcosmo inserido no macrocosmo. A máxima alquímica “o um é o todo e o todo é um”,  reflete a ideia de unidade, conectando tudo por meio de uma corrente contínua.

 

Metais

Para compreender o funcionamento do V.I.T.R.I.O.L. no contexto alquímico, é essencial observar os sete metais planetários, cada um representando um estágio distinto na jornada de transformação. Esses metais vão além de simples substâncias físicas, sendo na verdade arquétipos que refletem aspectos profundos da psique e do processo interior do alquimista.

 

  • Chumbo / Saturno o princípio da jornada:  O chumbo é o metal mais denso e impuro, simbolizando o estado primitivo e não refinado, tanto da matéria quanto da consciência. Ele representa a condição da alma que ainda não iniciou sua jornada, aprisionada pela ignorância, pelas limitações e pela ilusão das aparências. Dentro do processo do V.I.T.R.I.O.L. esse estágio corresponde ao primeiro passo, à imersão nas profundezas do ser onde as impurezas interiores precisam ser reconhecidas e confrontadas.
  • Estanho /  Júpiter o crescimento da sabedoria: Júpiter o planeta da expansão e do do aprendizado é associado ao estanho, que simboliza o começo do processo de refinamento. Aqui a busca pelo conhecimento e pela elevação espiritual se inicia e o alquimista começa a discernir o sutil do grosseiro. Este estágio envolve o questionamento das ilusões e uma busca mais profunda por uma compreensão maior da existência,  tanto do ser quanto do universo 
  • Ferro / Marte a purificação através do fogo: Marte, o planeta da força e do conflito, está associado ao ferro que representa a necessidade de destruição das falsas crenças e a quebra de apegos que impedem o progresso. Este é um momento de forjar uma vontade resiliente capaz de resistir às adversidades do caminho alquímico. No V.I.T.R.I.O.L. isso significa purificação pelo fogo, onde os aspectos impuros da mente e da alma são queimados muitas vezes em um processo de batalha interna entre o Eu superior e inferior. 
  • Cobre / Vênus a integração dos opostos: Vênus associada ao cobre traz a qualidade da harmonia e do equilíbrio. O cobre reflete o processo de reconciliação interna onde os conflitos iniciados na fase de Marte começam a ser resolvidos. Este estágio é a aceitação e a integração, aprendendo que a verdadeira transformação não vem apenas da destruição, mas também da fusão de opostos: o masculino e o feminino, o solar e o lunar, o visível e o invisível.
  • Mercúrio, o agente da transmutação: Mercúrio, o mensageiro dos deuses, é o elemento que mais representa a fluidez e a transformação. Ele é simultaneamente físico e espiritual, material e etéreo e possui a capacidade de dissolver e criar tudo. Neste estágio, o alquimista alcança uma adaptabilidade única, transitando entre os reinos da consciência e do inconsciente, do material e do imaterial. Este é o momento limítrofe onde a verdadeira transmutação começa e o alquimista começa a perceber a realidade além da ilusão.
  • Prata / Lua o reflexo da sabedoria interior: a prata associada à lua é luminosa e reflexiva, representando a parte da consciência iluminada pela sabedoria. Nesta fase, o alquimista experimenta uma purificação interna, eliminando as últimas camadas da ilusão e preparando-se para o estágio final do processo. Assim como a lua reflete a luz do sol oculto, o iniciado começa a refletir a luz divina que reside em seu interior, iluminando sua consciência. 
  • Ouro / Sol a realização da perfeição: o ouro é o metal final do processo alquímico simbolizando a conquista da perfeição e a realização da Pedra Filosofal. Ele é o símbolo da iluminação, da imortalidade e da realização divina. No estágio final, o alquimista já não busca mais a pedra, porque se tornou a própria pedra o estado de completude onde a obra se realiza e o ser alcança a união plena com sua essência. 

 

Este caminho alquímico ilustrado pelos sete metais reflete não apenas um processo físico mas uma jornada espiritual profunda onde o V.I.T.R.I.O.L. serve como um guia para a transformação interior e a descoberta do potencial divino presente em cada ser. O processo alquímico descrito no V.I.T.R.I.O.L. não pertence exclusivamente a uma única linhagem ou tradição, ao contrário, ele ressoa profundamente em textos sagrados e antigos, incluindo a Tábua de Esmeralda de Hermes Trismegisto. A famosa inscrição da Tábua afirma “o que está embaixo é como o que está acima e o que está acima é como o que está embaixo para realizar o milagre de uma só coisa”. Esta declaração encapsula o princípio fundamental do símbolo que guia a alquimia, a jornada das profundezas, o que está abaixo para alcançar o Divino, o que está acima. 

A pedra secreta a meta do V.I.T.R.I.O.L. não é outra coisa senão essa “uma coisa”,  mencionada na tábua. O segredo da unidade e a realização da grande obra a Tábua de Esmeralda continua com outra instrução essencial “Separa a terra do fogo, o sutil do denso, com delicadeza e com grande ingenuidade.”. Isso corresponde diretamente ao processo central do V.I.T.R.I.O.L. purificar e refinar o ser, dissolvendo o impuro para revelar a essência pura e verdadeira. Por fim a Tábua descreve a fase final do trabalho alquímico: “ele ascende da Terra ao céu e novamente desce a terra recebendo o poder do que está acima e do que está

abaixo”. Este é o mistério completo do V.I.T.R.I.O.L.: a transformação não envolve apenas a ascensão para além do mundo material mas também um retorno ao mundo com maestria. Dominando-o, o verdadeiro alquimista não se dissocia da realidade, ele a aprimora, ele se torna a ponte entre o céu e a terra, um canal para a sabedoria divina que se manifesta no plano físico. Ele se torna a própria personificação de Hermis Trismegisto, O Guardião dos Mistérios.

 

Planetas, Metais e Chakras

Antigos ensinamentos revelam que dentro de cada ser humano existe uma estrutura oculta, uma fornalha alquímica interna, onde a grande obra é realizada. Essa estrutura energética é o corpo sutil, um sistema composto por centros de energia conhecidos como chakras, pontos de convergência que regulam o fluxo da energia vital.

Embora originário das tradições místicas da Índia, o sistema de chakras possui paralelismos profundos com a natureza dos metais alquímicos.

Cada um dos chakras representam diferentes níveis de consciência, com cada um correspondendo a uma fase específica de purificação. Assim pode-se questionar se a fórmula do V.I.T.R.I.O.L., codificada na linguagem esotérica dos alquimistas, descreve não apenas um processo físico de transformação mas também um caminho para ativar as energias adormecidas da alma?

 

Como cada etapa do V.I.T.R.I.O.L. se conecta a um centro energético e a um metal planetário específico?

 

O termo V.I.T.R.I.O.L. é um acrônimo composto por sete letras alinhado com os sete chakras, os sete metais alquímicos e os sete planetas. Cada etapa dessa fórmula corresponde a um aspecto da Consciência Humana, desbloqueando camadas mais profundas do eu. Essa correspondência sugere que V.I.T.R.I.O.L. não se refere apenas à alquimia material mas também a um caminho meditativo. 

 

  • O Sol se associa ao chakra do coração, o centro do despertar espiritual: aqui o buscador começa a sua jornada sentindo o chamado para a transformação interior. O ouro do coração está latente, esperando ser refinado. O chakra cardíaco é a morada do amor, da harmonia e do propósito superior,  sendo a porta para uma consciência mais elevada. Na alquimia ele representa o momento em que o alquimista desperta para o caminho. Sem abrir o coração, a jornada não pode ser iniciada.
  • A Lua que governa a mente inconsciente corresponde ao chakra do terceiro olho, o centro da percepção intuitiva: o buscador deve olhar para dentro, explorando as profundezas da mente e desvelando o que se encontra oculto. A prata da lua é reflexiva, revelando o verdadeiro eu. O Chakra do terceiro olho possibilita a visão além da ilusão, permitindo a compreensão dos mistérios da realidade. Nesta fase sonhos, visões e sincronicidades se intensificam à medida que o mundo interior é explorado. 
  • Mercúrio, o mensageiro Divino rege a transmutação e a fluidez, governando o chakra da coroa o ponto de conexão com a sabedoria superior: neste estágio o buscador percebe a unidade de todas as coisas. O chakra da coroa se abre e o intelecto se dissolve na intuição. Mercúrio é tanto o agente da mudança quanto a prima matéria, a substância essencial que permite a fusão entre o que está acima e o que está abaixo. 
  • O chakra do plexo solar é o centro da vontade pessoal e do poder interno é neste ponto que o buscador purifica o eu inferior removendo impurezas. O planeta da sabedoria oferece expansão e compreensão das leis superiores. O chakra do plexo solar, refina a energia bruta preparando o iniciado para os desafios da transformação. O progresso da obra exige disciplina e purificação.
  • O Chakra Sacral, é regido por Marte, a força da criação e destruição. Nesta etapa, o falso eu é queimado. O ferro de Marte simboliza força e batalha. O buscador enfrenta seus medos, desejos e apegos mais profundos. Este é o momento de purificação pelo fogo onde tudo o que é falso é eliminado. É o estágio mais difícil da jornada onde a disposição de confrontar a verdade é testada 
  • O chakra da garganta, regido por Vênus, é o centro da expressão da Verdade superior. Aqui o buscador começa a falar com autoridade divina, pois aprendeu a conhecer a si mesmo. O cobre de Vênus, equilibrador alquímico, permite a coexistência harmoniosa do espiritual e do material. O iniciado descobre o poder da palavra e a capacidade de criar por meio do pensamento e da fala. Neste estágio o poder de manifestação se torna possível, dependendo das intenções e da força de vontade.
  • Na base da coluna, reside o chumbo de Saturno, o fundamento da obra. É aqui que o buscador, tendo percorrido e se refinado encontra a pedra oculta. O chakra raiz  contém toda a energia latente esperando para ser ativada. Saturno ensina paciência, resistência e controle sobre a existência material. O iniciado completa o ciclo e agora pronto para ascender aos reinos superiores ativa a glândula pineal, domina os aspectos inferiores do ser, abre o terceiro olho e se torna um mestre portador do Sagrado.

 

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

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