“(…)para Jung, o arquétipo é uma fonte primária de energia e padronização psíquica. Constitui a fonte essencial de símbolos psíquicos, os quais atraem energia, estruturam-na e levam, em última instância, à criação de civilização e cultura.”
“Na opinião de Jung, arquétipo e instinto estão profundamente relacionados. Para ele, mente e corpo estão inter-relacionados a tal ponto que são quase inseparáveis. Se isso for ignorado, a discussão de imagens arquetípicas escorrega facilmente para uma psicologia abertamente espiritualizada e desprovida de alicerces.”
“À camada mais profunda da psique humana deu o nome de “inconsciente coletivo” e concebeu o seu conteúdo como uma combinação de padrões e forças universalmente predominantes, chamadas “arquétipos” e “instintos”. Em sua concepção, nada existe de individual ou único nos seres humanos nesse nível. Todos temos os mesmos arquétipos e instintos. (…) A verdadeira individualidade, argumentou em Tipos Psicológicos e em Estudos Sobre Psicologia Analítica, é o produto de uma luta pessoal pelo desenvolvimento e aquisição da consciência a que deu o nome de processo de individuação (ver o capítulo 8). A individuação é a flor do envolvimento consciente de uma pessoa com o paradoxo da psique durante um extenso periodo de tempo.”
“O homem “possui” muitas coisas que ele não adquiriu, mas herdou dos antepassados. Não nasceu tabula rasa, apenas nasceu inconsciente. Traz consigo sistemas organizados e que estão prontos a funcionar numa forma especificamente humana; e isto se deve a milhões de anos de desenvolvimento humano. Da mesma forma como os instintos dos pássaros de migração e construção do ninho nunca foram aprendidos ou adquiridos individualmente, também o homem traz do berço o plano básico de sua natureza, não apenas de sua natureza individual, mas de sua natureza coletiva.”
Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 2160-2241.
4.As Fronteiras da Psique (Instintos, arquétipos e o inconsciente coletivo)