As relações entre Arquétipos e Instintos

“A psique existe no espaço entre o puro corpo e a mente transcendente, entre matéria e espírito, e “os processos psíquicos parecem ser equilibrios energéticos entre o espírito e o instinto.” A psique é um fenômeno situado entre os dois, e os seus processos “como uma escala ao longo da qual a consciência ‘desliza’ à semelhança de um cursar. (…) Há uma espécie de eterno vaivém entre a partie inférieure e a partie supérieure, entre o polo instintivo e o polo espiritual, arquetípico, da psique. (…) Quando coordenado, porém, o arquétipo fornece forma e significado ao instinto, e o instinto fornece energia física em bruto às imagens arquetípicas para ajudá-las a realizar “a meta espiritual para a qual tende a natureza inteira do homem; é o mar em direção ao qual todos os rios percorrem seus acidentados caminhos; é o prêmio que o herói conquista em sua luta com o dragão”.”

“As extremidades arquetípicas e instintivas do espectro psíquico encontram-se no inconsciente, onde se chocam e lutam entre si, entremisturam-se e conjugam-se para formar unidades de energia e motivação que logo se manifestarão na consciência como necessidades imperativas, desejos prementes, ideias e imagens. O que vivenciamos na psique foi primeiro psiquizado e depois empacotado no inconsciente. Imagine-se uma linha que percorre a psique e liga o instinto e o espírito em cada ponta. Essa linha está atada ao arquétipo numa ponta e ao instinto na outra. Ela transmite informação e dados através da área psicoide para o inconsciente coletivo e depois para o pessoal. Daí, esses conteúdos percorrem seu caminho até a consciência.(…) Nas extremidades, a psique dissipa-se em matéria e espírito. E o que é vivenciado como imagens arquetípicas são “estruturas muito variadas que nos remetem para uma forma básica essencialmente ‘irrepresentável””.J6 Todos os padrões de informação arquetipica provêm de uma fonte única, uma entidade além da capacidade humana de apreensão, para a qual Jung reserva o termo alemão Selbst. Esta forma básica “é caracterizada por certos elementos formais e determinados significados fundamentais, os quais, entretanto, só podem ser apreendidos de maneira aproximativa”É o termo Deus de Jung. (O si-mesmo será examinado em detalhe no capítulo 7.) As imagens arquetípicas que ligam o si-mesmo e a consciência do ego formam um domínio central, a que Jung chama anima e animus, o domínio da alma (tratado no capítulo 6). Na opinião de Jung, as religiões politeístas promanam do domínio de anima e animus e representam-no, ao passo que as religiões monoteístas baseiam-se e apontam para o arquétipo do si-mesmo.”

No mapa de Jung, a psique é uma região que está localizada no espaço entre a pura matéria e o puro espírito, entre o corpo humano e a mente transcendente, entre instinto e arquétipo. Descreve-a como o domínio que se estende entre as duas extremidades de um espectro que tem aberturas em ambas as pontas para permitir a entrada de informação na psique. Nas extremidades da psique estão as áreas psicoides que produzem efeitos quase-psíquicos psicossomáticos e como os sintomas os acontecimentos parapsicológicos. Quando a informação atravessa a área psicoide, ela é psiquizada e transformada em psique. Na psique, matéria e espírito reúnem-se. Primeiro, esses pacotes de informação passam pelo inconsciente coletivo, onde são contaminados, em certa medida, por outros conteúdos que já estão no inconsciente; e, finalmente, penetram na consciência sob a forma de intuições, visões, sonhos, percepções de impulsos instintivos, imagens, emoções e ideias. O ego deve lidar com o conteúdo inconsciente emergente formulando juízos sobre o seu valor e, por vezes, tomando decisões sobre se deve ou não agir de acordo com eles. O peso da escolha recai sobre a consciência do ego para tratar eticamente com essas invasões do espaço interior.”

Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 2578-2644.

4.As Fronteiras da Psique (As relações entre Arquétipos e Instintos)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

Facebook
Twitter
Pinterest

QUER MAIS?

O Si mesmo

começar do 3741 Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix,

Leia mais