“Agora, vejamos o simbolismo do tapete. Na civilizção era desconhecido. As tribos nômades árabes, ainda hoje zação europeia, até seu contato com o Oriente, o tapete famosas pela confecção de tapetes, dizem que os tapetes que usam nas suas tendas representam a continuidade da terra, e que são necessários para manter o sentimento da continuidade do solo sob seus pés.(…) É a base sobre a qual eles ficam, como nós fazemos com a nossa terra.

(…)Heinrich Hediger, professor de zoologia na Universidade de Zurique, aprofundou ainda mais essa questão e tentou estabelecer o fato de que o instinto de propriedade dos animais advém da ligação com a mãe. Ele afirma que o território original de cada animal é o corpo de sua mãe; o animal-filhote cresce e vive dentro do corpo da mãe, sendo o canguru o exemplo mais claro deste fato. Mais tarde esse instinto é transferido do corpo da mãe para o território. 

Nós somos iguais. Se privarmos as pessoas idosas de suas raízes ou mudá-las de casa elas frequentemente morrem. (…)A mulher, em especial, sofre de uma maneira tremenda quando perde seu próprio território. Essa é a razão por que Jung disse, certa vez, que tinha pena das mulheres americanas, que constantemente mudam-se de um lugar para outro. Os homens suportam isso muito melhor, pois eles têm uma tendência mais errante, mas para uma mulher isso é realmente difícil. 

(…)

A maioria são motivos geométricos, de gazela, de camelo, da árvore da vida, do paraíso, de uma lâmpada etc., que têm sido transformados em desenhos puramente geométricos. Especialistas em tapete são capazes de dizer se é uma gazela ou uma lâmpada que foi transformada num padrão esquematizado. A maioria dos elementos dos tapetes orientais refere-se a ideias religiosas: a lâmpada, por exemplo, significa a iluminação vinda da sabedoria de Alá e a gazela representa a alma humana à procura de Deus. Isso quer dizer que o tapete representa não só a Mãe Terra mas também a base interior da vida desses povos.”

 

FRANZ, Marie-Louise von. A interpretação dos contos de fadas. São Paulo: Paulus, 2022, pág. 98-100.

5. As três Penas (continuação)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

Facebook
Twitter
Pinterest

QUER MAIS?

SELF

“Esses são os processos psicológicos típicos que de- monstram como, aos poucos, o complexo do

Leia mais