“— Sim — esclareceu o médico,
demonstrando a mesma serenidade superior —,
mas a oclusão radicava-se em causas profundas.
Talvez o amigo não tenha ponderado bastante.
O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo.”
“A moléstia talvez não assumisse
características tão graves, se o seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da
temperança. Entretanto, seu modo especial de conviver, muita vez exasperado e sombrio, captava destruidoras vibrações naqueles que o ouviam. Nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças
negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico.”
— Os órgãos do corpo somático possuem incalculáveis
reservas, segundo os desígnios do Senhor. O meu amigo, no entanto, iludiu excelentes oportunidades, desperdiçando patrimônios preciosos da experiência física.
A longa tarefa, que lhe foi confiada pelos maiores da Espiritualidade superior, foi reduzida a meras tentativas de trabalho que não se consumou.
“TODO O APARELHO GÁSTRICO FOI DESTRUÍDO À CUSTA DE EXCESSOS DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS ALCOÓLICAS, APARENTEMENTE SEM IMPORTÂNCIA. Devorou-lhe a sífilis energias essenciais. Como vê, o suicídio é incontestável.”
XAVIER, Francisco Cândido / André Luiz. Nosso Lar. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. Edição Kindle.
CAPÍTULO 4 | O MÉDICO ESPIRITUAL