“Alguns colaboradores técnicos
de Nosso Lar manifestavam-se contrários,
alegando que a cidade é de transição e que não seria justo, nem possível, desambientar imediatamente os homens desencarnados, mediante exigências desse teor, sem grave perigo para suas organizações espirituais.
Prosseguiram as reuniões, providências e atividades, DURANTE TRINTA ANOS CONSECUTIVOS.
Algumas entidades eminentes chegaram a formular protestos de caráter público, reclamando.
O governador, porém, jamais castigou alguém.
Depois de 21 anos de perseverantes demonstrações por parte da Governadoria, aderiu o Ministério da Elevação, passando a abastecer-se apenas do indispensável. O mesmo não aconteceu com o Ministério do Esclarecimento, que demorou
muito a assumir compromisso, em vista dos numerosos Espíritos dedicados às ciências matemáticas, que ali trabalham.
ERAM ELES OS MAIS TEIMOSOS ADVERSÁRIOS. Mecanizados nos processos de proteínas e carboidratos, imprescindíveis aos veículos físicos, não cediam terreno nas concepções correspondentes daqui.
Encorajados pela rebeldia dos cooperadores do
Esclarecimento, os Espíritos menos elevados que ali se recolhiam entregaram-se a condenáveis manifestações. Tudo isso provocou enormes cisões nos órgãos coletivos de Nosso Lar, DANDO ENSEJO A PERIGOSO ASSALTO DAS MULTIDÕES OBSCURAS DO UMBRAL, QUE TENTARAM INVADIR A CIDADE, aproveitando brechas nos serviços de Regeneração, em que grande número de colaboradores entretinha certo intercâmbio clandestino, em virtude dos vícios de alimentação.
Dado o alarme, o governador não se perturbou. Terríveis ameaças pairavam sobre todos.
Pela primeira vez na sua administração,
MANDOU LIGAR AS BATERIAS ELÉTRICAS DAS MURALHAS DA CIDADE para emissão de dardos magnéticos
a serviço da defesa comum.
Não houve combate, nem ofensiva da colônia,
MAS RESISTÊNCIA RESOLUTA.
Por mais de seis meses, os serviços de alimentação, em Nosso Lar, foram reduzidos à INALAÇÃO DE PRINCÍPIOS VITAIS DA ATMOSFERA, por meio da respiração, e água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos.
O próprio Ministério do Esclarecimento reconheceu
o erro e cooperou nos trabalhos de reajustamento.
Houve, então, regozijo público e dizem que, em meio da alegria
geral, o governador chorou sensibilizado, declarando que
A COMPREENSÃO GERAL CONSTITUÍA O VERDADEIRO PRÊMIO AO SEU CORAÇÃO.”
XAVIER, Francisco Cândido / André Luiz. Nosso Lar. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. Edição Kindle.
CAPÍTULO 9 | PROBLEMA DE ALIMENTAÇÃO