Chegados a extenso ângulo da praça, o generoso amigo acrescentou: — Esperemos o aeróbus.
Mal me refazia da surpresa, quando surgiu grande carro,
suspenso do solo a uma altura de cinco metros mais ou menos
e repleto de passageiros. Ao descer até nós, à maneira de um elevador terrestre, examinei-o com atenção. Não era máquina conhecida na Terra. Constituída de material muito flexível, tinha enorme comprimento, parecendo ligada a fios invisíveis, em virtude do grande número de antenas na tolda.
Mais tarde, confirmei minhas suposições, visitando as grandes oficinas do Serviço de Trânsito e Transporte.

Estamos no Bosque das Águas. Temos aqui uma das mais belas regiões de Nosso Lar. Trata-se de um dos locais prediletos para as excursões dos amantes, que aqui vêm tecer as mais lindas promessas de amor e fidelidade para as experiências da Terra.

— Ali é o grande reservatório da colônia. Todo o volume do Rio Azul, que temos à vista, é absorvido em caixas imensas de distribuição. As águas que servem a todas as atividades da colônia partem daqui.
Em seguida, reúnem-se novamente, abaixo dos serviços da Regeneração, e VOLTAM A CONSTITUIR O RIO, QUE PROSSEGUE O CURSO NORMAL, RUMO AO GRANDE OCEANO DE SUBSTÂNCIAS INVISÍVEIS PARA
A TERRA.

— Com efeito, a água aqui tem outra densidade.
Muito mais tênue, pura, quase fluídica. Notando as magníficas construções que me fronteavam, interroguei:
— A que Ministério está afeto o serviço de distribuição?
— Imagine — elucidou Lísias — que este é um dos raros serviços materiais do Ministério da União Divina!

Conhecendo-a mais intimamente, SABEMOS QUE A ÁGUA É VEÍCULO DOS MAIS PODEROSOS PARA OS FLUIDOS DE QUALQUER NATUREZA. Aqui, ela é empregada sobretudo como alimento e remédio.

(…)no Ministério do Auxílio absolutamente consagradas à manipulação de água pura, com certos princípios suscetíveis de serem captados na luz do Sol e no magnetismo espiritual.

— O homem é desatento, há muitos séculos — tornou Lísias —;
o mar equilibra-lhe a moradia planetária, o elemento aquoso fornece-lhe o corpo físico, a chuva dá-lhe o pão, o rio organiza-lhe a cidade, a presença da água oferece-lhe a bênção do lar e do serviço; entretanto, ele sempre se julga o absoluto dominador do mundo, esquecendo que é filho do Altíssimo, antes de qualquer consideração.

Virá tempo, contudo, em que
COPIARÁ NOSSOS SERVIÇOS, ENCARECENDO
A IMPORTÂNCIA DESSA DÁDIVA DO SENHOR. Compreenderá, então, que a água, como fluido criador, absorve,
em cada lar, as características mentais de seus moradores.

A ÁGUA, no mundo, meu amigo, não somente carreia os resíduos dos corpos, mas também as expressões de nossa vida mental. Será nociva nas mãos perversas, útil nas mãos generosas e, quando em movimento, sua corrente não só espalhará bênção de vida, mas CONSTITUIRÁ IGUALMENTE UM VEÍCULO DA PROVIDÊNCIA DIVINA, absorvendo amarguras, ódios e ansiedades dos homens, lavando-lhes a casa material e purificando-lhes a atmosfera íntima.

 

XAVIER, Francisco Cândido / André Luiz. Nosso Lar. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. Edição Kindle.

CAPÍTULO 10 | NO BOSQUE DAS ÁGUAS

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