— Que me diz do bônus-hora?
Trata-se de algum metal amoedado?
(…) — Não é propriamente moeda, mas ficha de serviço individual, funcionando como valor aquisitivo.

(…) em Nosso Lar a produção de vestuário
e alimentação elementares pertence a todos em comum.
Há serviços centrais de distribuição na Governadoria e departamentos do mesmo trabalho nos Ministérios.
O celeiro fundamental é propriedade coletiva.

Todos cooperam no engrandecimento do patrimônio comum
e dele vivem. Os que trabalham, porém, adquirem direitos justos. Cada habitante de Nosso Lar recebe provisões de pão
e roupa, no que se refere ao estritamente necessário, mas
os que se esforçam na obtenção do bônus-hora conseguem certas prerrogativas na comunidade social.
O Espírito que ainda não trabalha poderá ser abrigado aqui; no entanto, os que cooperam podem ter casa própria. O ocioso vestirá, sem dúvida, mas o operário dedicado vestirá o que melhor lhe pareça.

Os inativos podem permanecer nos campos de repouso, ou nos parques de tratamento, favorecidos pela intercessão de amigos; entretanto, as almas operosas conquistam o bônus-hora e podem gozar a companhia de irmãos queridos, nos lugares consagrados ao entretenimento, ou o contato de orientadores sábios, nas diversas escolas dos Ministérios em geral.

— Tudo é relativo. Se, na orientação ou na subalternidade,
o trabalho é de sacrifício pessoal, a expressão remunerativa
é justamente multiplicada. Examinando, porém, mais detidamente a sua pergunta, precisamos, antes de mais nada, esquecer determinados prejuízos da Terra.

A maioria dos homens encarnados está simplesmente ensaiando o espírito de serviço e aprendendo a trabalhar nos diversos setores da vida humana.

(…) Todo o ganho externo do mundo é lucro transitório. Vemos trabalhadores obcecados pela questão de ganhar, transmitindo fortunas vultosas à inconsciência e à dissipação;

Por outro lado, é indispensável considerar
que setenta por cento dos administradores terrenos
não pesam os deveres morais que lhes competem, (…)
Vivem, quase todos, a confessar ausência
do impulso vocacional, embora recebam
os proventos comuns aos cargos que ocupam.

— O verdadeiro ganho da criatura
é de natureza espiritual,
e o bônus-hora, em nossa organização, modifica-se em valor substancial, segundo a natureza dos nossos serviços.

As aquisições fundamentais constituem-se de
experiência, educação, enriquecimento
de bênçãos divinas, extensão de possibilidades.
Nesse prisma, os fatores assiduidade e dedicação
representam, aqui, quase tudo.

Quanto maior a
contagem do nosso
tempo de trabalho,
maiores intercessões podemos fazer. Compreendemos, aqui, que nada
existe sem preço e que para receber
é indispensável dar alguma coisa.
Pedir, portanto, é ocorrência muito significativa na existência de cada um. Somente poderão rogar providências e dispensar obséquio os portadores de títulos adequados, entendeu?

XAVIER, Francisco Cândido / André Luiz. Nosso Lar. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. Edição Kindle.

CAPÍTULO 22 | O BÔNUS-HORA

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Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

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