A estrutura anima/us

“(…) para explorar essa intuição, Jung teve que mudar de curso e começar a redefinir a natureza de anima/us. A sombra não leva o indivíduo, usualmente, muito além das partes da psique rejeitadas da persona, a menos que pretenda levá-lo a um encontro com o mal absoluto. A estrutura anima/us, por outro lado, tem potencial para servir como ponte para o si-mesmo, uma região muito mais distante. Anima/us não pode ser simplesmente o inverso da persona, uma espécie de reflexo negativo das atitudes coletivas da época. Deve estar mais profundamente ancorada no inconsciente coletivo e nas estruturas do arquétipo e da imagem arquetípica. Suas raízes devem estender-se muito mais longe e mais fundo que as da sombra.”

“Assim como a persona, como expressão de adaptação ao meio, é fortemente influenciada pelas condições do próprio meio, também a alma, via de regra, é conformada pelo inconsciente e suas qualidades. “Aqui, o conceito de anima (alma) sofre uma pequena mas altamente significativa alteração. Em vez de ser simplesmente o complemento da persona e, por conseguinte, criticamente moldado e colorido pelo que está na persona, a anima é agora vista como modelada pelo inconsciente e suas qualidades. Mais tarde, quando Jung passa a conceber o animus e a anima como imagens arquetípicas que recebem sua forma do polo espiritual do espectro psíquico (ver o capítulo 4), ele concluirá que anima/us é moldado mais pelo arquétipo do que pelo consenso coletivo do tempo.”

“A anima/us é a grande criadora de ilusão que fornece estímulo aos exaustos e dilacera o coração dos ingênuos.”

“Jung sempre sustentara que as projeções são criadas pelo inconsciente e não pelo ego. Não somos responsáveis por nossas projeções, somente por não nos tornarmos conscientes delas, desdizendo-as ou analisando-as. Elas ocorrem espontaneamente e criam uma visão do mundo e da realidade que se baseia mais em imagens e estruturas inconscientes do que em percepções comprovadas da realidade.”

Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 3490-3531.

6. O Caminho para o interior (O desenvolvimento de Anima/Animus)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

Facebook
Twitter
Pinterest

QUER MAIS?

Glossário

Anima As imagens arquetípicas do eterno feminino na consciência de um homem que formam um

Leia mais

Cosmologia

“(…) o que Jung chama a “definição de sincronicidade em sentido estrito,” ou seja, a

Leia mais