O Si mesmo

“Para Jung, o si-mesmo é transcendente, o que significa que não é definido pelo domínio psíquico nem está contido nele mas situa-se, pelo contrário, além dele e, num importante sentido, define-o.”

“Para Jung, o si-mesmo não se refere, paradoxalmente, a si mesmo. É mais do que a subjetividade da pessoa, e sua essência situa-se além do domínio subjetivo. O si-mesmo forma a base para o que no sujeito existe de comum com o mundo, com as estruturas do Ser. No si-mesmo, sujeito e objeto, o ego e o outro, juntam-se num campo comum de estrutura e energia. Este é o ponto que, assim espero, ficará mais destacado do que se segue neste capítulo.”

“Tal como é usado na linguagem corrente, o si-mesmo é equivalente a ego. Quando dizemos que alguém só pensa em si mesmo, queremos significar que é um egoísta ou narcisista. Mas no vocabulário junguiano, o si mesmo tem um significado oposto. Dizer que alguém é egocêntrico (centrado em si mesmo) é dizer, precisamente, que não se trata de um egoísta e narcisista mas de alguém que, numa perspectiva mais filosófica e mais ampla, não é pessoalmente reativo nem levado a perder facilmente o equilíbrio. Quando o ego está bem ligado ao si-mesmo, uma pessoa mantém-se em relação com um centro transcendente e não está narcisisticamente investida em objetivos míopes e ganhos a curto prazo.”

Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 3730-3754.

7. O Centro transcendente e a integridade da psique (O Si mesmo)

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