“Se alguém argumentar que existe uma realidade religiosa em si mesma, independente da psique humana, só se pode responder com a pergunta: “E quem afirma isso, senão a psique humana?” Não importa o que sustentamos, a verdade é que nunca nos poderemos dissociar da existência da psique pois estamos contidos nela e é ela o único meio que temos para alcançar a realidade.
Entretanto, como dissemos no início, é praticamente impossível transmitir a realidade total da nossa experiência nesse novo campo. Ela é, muitas vezes, única e só pode ser expressa pela linguagem de modo parcial. E aqui também fecha-se uma outra porta, dessa vez à quimera de que se pode entender completamente uma outra pessoa e di-zer-lhe o que é melhor para ela. Mais uma vez, no entanto, vamos encontrar uma compensação para essa lacuna no novo reino que se apresenta à nossa experiência graças à descoberta da função social do self, que trabalha secretamente na união de indivíduos que se acham separados e que foram feitos, no entanto, para se entender.”
JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus símbolos. Ed. Harper Collins, 2016, Pág 306-307.
III O processo de individuação
M.-L. Von Franz