Anotações em livros

“As fantasias que nessa época me vieram ao espírito foram primeiro anotadas no Livro negro e mais tarde as transcrevi no Livro vermelho, que ornei de imagens. Este contém a maioria das mandalas que desenhei. No Livro vermelho tentei o ensaio ineficaz de uma elaboração estética de minhas fantasias, mas não o terminei.8 Tomei consciência de que não me expressara numa linguagem adequada e de que ainda devia traduzi-la. Assim, pois, renunciei a tempo à “estética” e me concentrei seriamente na compreensão indispensável. Compreendera que tanta imaginação necessitava de um terreno sólido, e que eu devia voltar primeiro à realidade humana. Este, para mim, era o entendimento científico. Senti a urgência de tirar conclusões concretas dos acontecimentos que o inconsciente me havia transmitido, e isso se transformou na tarefa e no conteúdo da minha vida.

Entendi que nenhuma linhagem, por mais perfeita que seja, pode substituir a vida. Se procurar fazê-lo, não somente ela se deteriorará, como também a vida. Para conseguir a liberação da tirania dos condicionamentos do inconsciente duas coisas são necessárias: desincumbirmo-nos de nossas responsabilidades intelectuais e também de nossas responsabilidades éticas.”

 

JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos, reflexões. Ed. Nova Fronteira, 2019, Local Kindle 3481-3492.

Confronto com o inconsciente

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