Arquétipos dinâmicos

“Essas experiências parecem revelar que as estruturas arquetípicas não são apenas formas estáticas, mas fatores dinâmicos que se manifestam por meio de impulsos, tão espontâneos quanto os instintos.

No momento do sonho, tal ocorrência ainda pode pertencer ao futuro. Porém, assim como nossos pensamentos conscientes muitas vezes se ocupam do futuro e de suas possibilidades, ocorre o mesmo com o inconsciente e seus sonhos. Durante muito tempo acreditou-se que a principal função do sonho era prever o futuro. Na Antiguidade e até a Idade Média, os sonhos faziam parte do prognóstico dos médicos.

(…) os sonhos podem adquirir um aspecto de antecipação ou de prognóstico (…) Esse tipo de sonho pode surgir do nada e nós nos perguntamos o que o motivou. Se conhecêssemos a sua mensagem posterior, logicamente esclareceriamos as suas causas. Porque só a nossa consciência é que ainda nada sabe a seu respeito; e inconsciente está informado e já chegou a uma conclusão – que é expressa no sonho. Na verdade, parece que o inconsciente tem a capacidade de examinar e concluir, da mesma maneira que o consciente. Ele pode inclusive utilizar certos fatos e antecipar seus possíveis resultados, precisamente porque não estamos conscientes deles.

(…)

Pode-se perceber a energia específica dos arquétipos quando se tem oportunidade de observar o fascínio que exercem. Parecem quase dotados de um feitiço especial, o que também caracteriza os complexos pessoais; e assim como estes têm a sua história individual, também os complexos sociais de caráter arquetípico têm a sua. Mas enquanto os complexos individuais não produzem mais do que singularidades pessoais, os arquétipos criam mitos, religiões e filosofias que influenciam e caracterizam nações e épocas inteiras. Consideramos os complexos pessoais compensações de atitudes unilaterais ou censuráveis da nossa consciência; do mesmo modo, mitos de natureza religiosa podem ser interpretados como uma espécie de terapia mental generalizada para os males e ansiedades que afligem a humanidade fome, guerras, doenças, velhice, morte.”

 

JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus símbolos. Ed. Harper Collins, 2016, Pág 96-98

I Chegando ao inconsciente

Carl G. Jung

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