“Jung encontrou duas fontes da persona: “De acordo com as condições e os requisitos sociais, o caráter social é orientado, por uma parte, pelas expectativas e demandas da sociedade, e, por outra, pelos objetivos e aspirações do indivíduo.”
“A identificação com um papel é motivada, de um modo geral, pela ambição e aspiração social. Por exemplo, uma pessoa que é eleita para o Senado dos Estados Unidos adquire um papel com elevado valor coletivo e enorme prestigio. Com ele vem fama, honrarias e grande visibilidade social, e o indivíduo que é senador tende a fundir-se com o seu papel, até o ponto de desejar ser tratado por amigos íntimos com manifesto respeito.”
“O ego movimenta-se, de um modo fundamental, no sentido da separação e da individuação, no sentido da consolidação de uma posição, primeiro que tudo, fora do inconsciente e, depois, também algo fora do meio familiar. Há no ego um forte movimento para a autonomia, para uma “egoidade” que possa funcionar independentemente. Ao mesmo tempo, uma outra parte do ego, que é aquela onde a persona ganha raízes, movimenta-se na direção oposta, no sentido do relacionamento e adaptação ao mundo dos objetos. Essas são duas tendências contrárias dentro do ego uma necessidade de separação e independência por um lado, e uma necessidade de relacionamento e de participação, por outro. O desejo radical do ego de separação/individuação está frequentemente radicado na sombra, por ser tão ameaçador para a vida do grupo e o bem-estar do individuo. Do ponto de vista objetivo, todos precisamos de outras pessoas para sobreviver física e psicologicamente.”
Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 2894-2933.
5. O revelado e o oculto nas relações com outros (As duas fontes da persona)