As Transformações da Persona

“O núcleo arquetípico do ego não muda com o tempo, mas a persona pode ser e é modificada muitas vezes no transcorrer da vida, dependendo da percepção do ego das mudanças ocorridas no ambiente e de sua capacidade para interagir com este último.”

“Os vários papéis que uma pessoa assume ao longo da vida têm, é claro, uma base coletiva e, em certa medida, arquetipica. A persona tem, como todo e qualquer complexo funcional, um núcleo arquetipico. Existem papéis típicos, previsíveis, a ser preenchidos em todos os grupos humanos. (…) A ordem de nascimento dos filhos desempenha frequentemente um importante papel nas personas que eles adotarão. O primogênito é um adulto responsável em miniatura, o filho do meio é um mediador, e o caçula é o bebê criativo. O papel de ovelha negra é encontrado em toda a parte e em todas as épocas, assim como o bode expiatório. Tais papéis são atribuídos às pessoas por uma dinâmica inconsciente no seio de famílias e grupos, e quando elas os aceitam na infância é frequente conservarem consigo para o resto da vida alguma versão do papel que lhes coube.

O que é que causa as personas aderirem com tamanha tenacidade às pessoas? Em parte é a identificação e a pura familiaridade. Uma persona torna-se identificada com uma personalidade. Oferece à pessoa uma identidade psicossocial. Mas a vergonha também é um motivador fundamental. A persona protege-nos da vergonha e a evitação da vergonha é provavelmente o motivo mais forte para desenvolver e conservar uma persona.”

“A persona é o rosto que envergamos para o nosso encontro com outros rostos, para sermos como eles e para que eles gostem de nós. Não queremos ser demasiado diferentes, pois os nossos pontos de diferença, onde a persona termina e a sombra começa, fazem-nos sentir vergonha.”

 

Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 3023-3059.

5. O revelado e o oculto nas relações com outros (As Transformações da Persona)

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