Herodianos

Herodianos (partidários de Herodes) – Os herodianos são os funcionários da corte de Herodes. Embora não formem um grupo social, concretizam a dependência dos judeus aos romanos. Conservadores por excelência, têm o poder civil da Galileia nas mãos. Fortes opositores dos zelotes, vivem preocupados em capturar agitadores políticos na Galileia. São os responsáveis pela morte de João Batista.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56431.

Os Zelotes

Zelotes – Os zelotes se constituíram a partir dos fariseus. Provêm especialmente da classe dos pequenos camponeses e das camadas mais pobres da sociedade, massacrados por um sistema fiscal impiedoso. São muito religiosos e nacionalistas. Desejam expulsar os dominadores pagãos (romanos), e também são contrários ao governo de Herodes na Galileia. Querem restaurar um Estado onde Deus é o único rei, representado por um descendente de Davi (messianismo). Nesse sentido, os zelotes são reformistas, isto é, pretendem restabelecer uma situação passada. Enquanto os fariseus se mantêm numa atitude de resistência passiva, os zelotes partem para a luta armada. Por isso, as autoridades os consideram criminosos e terroristas, e são perseguidos pelo poder
romano. Entre os apóstolos de Jesus, provavelmente dois eram zelotes: Simão (Mc 3,19) e Judas Iscariotes. Simão Pedro parece adotar certos métodos dos zelotes.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56422.

Os Fariseus

Fariseus – Fariseu quer dizer separado. Inicialmente aliados à elite sacerdotal e aos grandes proprietários de terras, os fariseus deles se afastam para dirigir o povo, embora mantenham distância do povo mais simples (que não conhece a Lei). São nacionalistas e hostis ao império romano, mas sua resistência é do tipo passivo. O grupo dos fariseus é formado por leigos provindos de todas as camadas da sociedade, principalmente artesãos e pequenos comerciantes. A maioria do clero pobre, que se opõe à elite sacerdotal, também começa a pertencer a esse grupo. No terreno religioso, os fariseus se caracterizam pelo rigoroso cumprimento da Lei em todos os campos e situações da vida diária. São conservadores zelosos e também criadores de novas tradições, através da interpretação da Lei para o momento histórico em que vivem. A maior expressão do farisaísmo é a criação da sinagoga, opondo-se ao Templo, dominado pelos saduceus. Desse modo a sinagoga, com a leitura, interpretação dos textos bíblicos e oração, torna-se expressão religiosa oposta ao sistema cultual e sacrifical do Templo. Os fariseus acreditam na predestinação, na ressurreição e no messianismo. Esperam um messias político-espiritual, cuja função será precipitar o fim dos tempos e a libertação de Israel. Esse messias será alguém da descendência de Davi. E, para os fariseus, a estrita observância da Lei, a oração e o jejum provocarão a vinda do Messias. Os fariseus e os doutores da Lei simpatizam-se, a ponto de muitos doutores da Lei serem também fariseus.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56410.

Doutores da Lei (Escribas)

Doutores da Lei (escribas) – O grupo dos doutores da Lei vai adquirindo cada vez maior prestígio na sociedade do tempo. Seu grande poder reside no saber. Com efeito, são os intérpretes abalizados das Escrituras, e daí serem especialistas em direito, administração e educação. A influência deles é exercida principalmente em três lugares: Sinédrio, sinagoga e escola. No Sinédrio, eles se apresentam como juristas para aplicar a Lei em assuntos governamentais e em questões judiciárias. Na sinagoga, eles são os grandes intérpretes das Escrituras, criando a
tradição através da releitura, explicação e aplicação da Lei para os novos tempos. Abrem escolas e fazem novos discípulos. Embora não pertençam economicamente à classe mais abastada, os doutores da Lei gozam de posição estratégica sem igual. Monopolizando a interpretação das Escrituras, tornam-se guias espirituais do povo, determinando até mesmo as regras que dirigem o culto. Sua grande autoridade repousa sobre uma tradição esotérica: não ensinam tudo o que sabem, e escondem ao máximo a maneira como chegam a determinadas conclusões.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56401.

Os Saduceus

1. Saduceus – O grupo dos saduceus é formado pelos grandes proprietários de terras (anciãos) e pelos membros da elite sacerdotal. Têm o poder na mão, e controlam a administração da justiça no Tribunal Supremo (Sinédrio). Embora não se relacionem diretamente com o povo, são intransigentes em relação a ele, e vivem preocupados com a ordem pública. São os principais responsáveis pela morte de Jesus. Os saduceus são os maiores colaboradores do império romano, e tendem para uma política de conciliação, com medo de perder seus cargos e
privilégios. No que se refere à religião, são conservadores: aceitam apenas a lei escrita e rejeitam as novas concepções defendidas pelos doutores da Lei e fariseus (crença nos anjos, demônios, messianismo, ressurreição).”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56394.

Poder Político

II. Política –O poder efetivo sobre a Palestina está nas mãos dos romanos. Mas, em geral, estes respeitam a autonomia interna das suas colônias. A Judeia e a Samaria são dirigidas por um procurador romano, mas o sumo sacerdote tem poder de gerir as questões internas, através da lei judaica. Este, porém, é nomeado e destituído pelo procurador romano. O centro do poder político interno da Judeia e Samaria são a cidade de Jerusalém e o Templo. Com efeito, é do Templo que o sumo sacerdote governa, assessorado por um Sinédrio de 71 membros, composto de sacerdotes, anciãos e escribas ou doutores da Lei. O Sinédrio é o Tribunal Supremo (criminal, político e religioso) e sua influência se estende sobre todos os judeus, mesmo os que vivem fora da Palestina.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56380.

Comércio e O Tesouro do Templo

“A circulação de toda mercadoria produzida, tanto na agricultura como no artesanato, forma outra grande atividade econômica: o comércio. Este se desenvolve mais nas cidades e está na mão dos grandes proprietários
de terras. Nos povoados, o comércio é reduzido e o sistema é mais de troca. Toda a atividade comercial é controlada por um sistema de impostos. Essa política fiscal faz com que tanto o Estado judaico como o Estado romano se tornem monopolizadores da circulação das mercadorias, o que proporciona vultosas arrecadações. Esses impostos são cobrados pelos publicanos (cobradores de impostos). Há também taxas para transportar mercadorias de uma cidade para outra e de um país para outro. Esses impostos e taxas se tornam insuportáveis
no tempo de Jesus. Por essa visão geral da economia da Palestina já podemos perceber: Jesus é artesão (carpinteiro), vários discípulos são pescadores e um deles é cobrador de impostos. O aparelho de Estado em Jerusalém exerce forte controle sobre a economia de todo o país. Além de polo de atração da capital nacional, o Estado é o maior empregador (restauração do Templo, construção de palácios, monumentos, aquedutos, muralhas etc.). Nisso tudo, o Templo tem papel central: — Coleta de impostos, através da qual boa parte da produção do país volta para o Estado. — Comércio: para atender à necessidade dos peregrinos e, principalmente, para manter o sistema de sacrifícios e ofertas do próprio Templo. — O Tesouro do Templo, administrado pelos sacerdotes, é o tesouro do Estado.”

(…)

“Além de toda essa centralização econômica, o Templo emprega mão de obra qualificada, principalmente artesãos. Assim, o Templo se torna o grande centro de exploração e dominação do povo. Mas a exploração e dominação não se restringem à economia interna, pois a Palestina é colônia do império romano. Este também cobra uma série de impostos: o tributo (imposto pessoal e sobre as terras), uma contribuição anual para o sustento dos soldados romanos que ocupam a Palestina, e um imposto sobre a compra e venda de todos os produtos.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56361-56375.

Base da Economia

I. Economia. As atividades que formam a base da economia no tempo de Jesus são duas: a agricultura e a pecuária (junto com a pesca) de um lado, e o artesanato, de outro. A agricultura é desenvolvida principalmente
na Galileia. Cultivam-se trigo, cevada, legumes, hortaliças, frutas (figo, uva), oliveiras. Das árvores de Jericó, na Judeia, extrai-se bálsamo para perfumes. A pecuária efetua-se principalmente na Judeia: criação de camelos,
vacas, ovelhas e cabras. A pesca é intensa no mar Mediterrâneo, no lago de Genesaré e no rio Jordão. Na agricultura, a maior parte da população é formada por pequenos proprietários. Ao lado desses, existem os grandes proprietários (anciãos) que geralmente vivem na cidade, deixando a direção de suas propriedades a cargo de administrador, e empregando a força de trabalho de diaristas e escravos. Muitas vezes, sucede que os pequenos proprietários em apuros financeiros tomam dinheiro emprestado dos grandes, e veem seus bens
hipotecados. Isso favorece cada vez mais o acúmulo de terras nas mãos de algumas famílias ricas. Por fim, existem os camponeses sem propriedades, que arrendam terras e trabalham como meeiros. O artesanato desenvolve-se nas aldeias e nas cidades, principalmente em Jerusalém. Os ramos principais dessa atividade são: cerâmica (vasilhames e artigos de luxo), trabalho de couro (sapatos, peles curtidas), trabalho de madeira (carpintaria), fiação e tecelagem, aproveitando a lã de carneiros, abundantes na Judeia. O artesanato de luxo se
concentra em Jerusalém, e serve para ser vendido como lembrança aos peregrinos. Esse trabalho é feito por autônomos, estruturados em torno de produção familiar, em que o ofício passa de pai para filho. Há também
pequenas unidades artesanais, que reúnem número significativo de operários. Junto com os trabalhadores do campo, esses artesãos formam a mais importante classe trabalhadora da Palestina. Além desses artesãos, há também padeiros, barbeiros, açougueiros, carregadores de água e escravos que trabalham tanto em atividades produtivas como em outros ofícios.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56343.

Cidade de Jerusalém

“A cidade de Jerusalém conta com 50 mil habitantes, e está situada no extremo de um planalto, a 760 m acima do nível do mar Mediterrâneo e 1.145 m acima do nível do mar Morto. Por ocasião das grandes festas, chega a receber 180 mil peregrinos.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56338.

Vida na Palestina

“Jesus viveu na Palestina, pequena faixa de terra com área de 20 mil km2, com 240 km de comprimento e máximo de 85 km de largura. Corresponderia aproximadamente à área do Estado de Sergipe. Do lado oeste, temos o mar Mediterrâneo. A leste, o rio Jordão. A Palestina é dividida de alto a baixo por uma cadeia de montanhas que muito influi no seu clima. Com efeito, na parte oeste, o vento frio do mar, ao chocar-se com a parte montanhosa, provoca chuvas frequentes, beneficiando toda a faixa costeira. O lado leste das montanhas,
porém, não recebe o vento do mar e, consequentemente, apresenta clima quente e região mais árida. As terras cultiváveis estão na parte norte, na região da Galileia e no vale do rio Jordão. A região da Judeia é montanhosa e se presta mais como pasto de rebanhos e cultivo de oliveira.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56331.