“(…)O texto prossegue:
Eles limparam seus corpos de todas as impurezas e removeram a nuvem do corpo natural. Portanto eu os advirto, estudantes desta grande arte, primeiro orem a Deus e em seguida estudem e trabalhem, e então talvez lhes aconteça que atinjam o que o doador da luz pode oferecer a vocês em nome de Cristo, mas antes reflitam bem sobre o que significa pedir ao Pai no Filho.
“(…) se refere também a um longo passado histórico da simbologia, e que é o conceito de nuvem. Na alquimia, o símbolo da nuvem desempenha um enorme papel, pois a palavra “nuvem” era usada para designar qualquer tipo de substância sublimada ou evaporada.”
“No mundo do misticismo cristão, a nuvem implicava que, à medida que o místico se aproximava cada vez mais da luz divina por meio de exercícios espirituais ou de meditação, a luz de Deus finalmente acabava aparecendo, não como uma grande iluminanação, mas sim como um obscurecimento da luz humana e uma experiência de confusão e escuridão. Por outro lado, a nuvem também se achava sempre associada, na linguagem medieval, a confusão mental causada pelo diabo. (…) Deus e o diabo é, em outras palavras, o que envolve o símbolo do Self em seu aspecto de luz e de trevas – e isso corresponde a uma experiência qual Jung repetidamente se referiu, a saber, que com o crescente progresso no processo de individuação, quanto mais profundamente dentro de si mesmas as pessoas se aproximarem do Self, mais condusa e mais complicada a situação se tornará. Ela não fica mais fácil!“
VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia e a Imaginação ativa: estudos integrativos sobre imagens do inconsciente, sua personificação e cura. Ed. São Paulo: Cultrix, 2022. Pág.183-184.
1. Palestra
Origens da Alquimia: Tradições extrovertidas e introvertidas.