Continuação do fenômeno S.W

“Foi então que entrou nova personalidade. Esta, ao contrário do senhor P.R. que sempre usava dialeto, empregava uma linguagem afetada, com sotaque do Norte da Alemanha. No mais era cópia perfeita do senhor P.R. Sua loquacidade era impressionante. Ainda que a senhorita S.W. só possuísse um conhecimento precário do alemão clássico, esta personalidade – que se apresentou como Ulrich von Gerbenstein – falava um alemão quase impecável, cheio de frases e cumprimentos amáveis.”

(…)

“A senhorita S.W. tem, na maioria das vezes, total amnésia em relação aos fenômenos automáticos durante o éxtase, na medida em que eles caem na esfera das personalidades estranhas a ela. Quanto a todos os outros fenômenos, como falar em voz alta, glossolalia etc.. diretamente vinculados ao seu eu, havia memória perfeita. 

As últimas sessões começavam em geral com a colocação de nossas mãos juntas sobre a mesa que imediatamente começava a movimentar-se.”

“Durante as sessões em que fala vam seus espíritos fazia longas viagens, a maioria delas até parentes aos quais aparecia; ou ficava no além, naquele “lugar entre as estrelas que todos julgam estar vazio, mas que está cheio de mundos espirituais”.

(…) Entendia e falava a língua dos espíritos. Estes falavam entre si, devido ao costume de quando eram pessoas humanas, mas não precisavam disso, uma vez que viam os pensamentos uns dos outros. Ela também “não falava sempre com os espíritos,. bastava olhar para eles para entender seus pensamentos” (…) Certa vez voltou muito agitada de uma viagem de trem. Pensávamos que algo muito desagradável lhe houvesse acontecido; finalmente conseguiu dominar-se e contou que no banco à sua frente estava sentado um habitante das estrelas.”

“Pela descricão desse ser, reconheci tratar-se de um comerciante já ido. so, que tinha uma fisionomia pouco simpática, e que eu por acaso conhecia. A propósito do acontecido, começou a falar sobre todo tipo de peculiaridades dos habitantes das estrelas: não tinham uma alma divina como as pessoas, não tinham interesses científicos, não tinham filosofia, mas eram mais adiantados na tecnologia do que os humanos. Assim, por exemplo, já existiam máquinas voadoras em Marte: todo o planeta Marte estava cheio de canais; os canais eram lagos artificiais, usados para irrigação. Os canais eram escavações bem rasas e a água pouco profunda. A cscavação dos canais dera pouco trabalho aos habitantes de Marte, uma vez que o solo era mais leve do que o da Terra. Os canais não tinham pontes, o que não perturbava o trânsito, pois to dos andavam em máquinas voadoras. Não havia guerras nas estrelas uma vez que não existia diferença de opiniões. Os habitantes das estrelas não tinham aparência humana: eram figuras muito grotescas, difíceis de ser imaginadas. Os espíritos humanos que no além recebiam permissão para viajar não podiam pisar nas estrelas. Igualmente os habitantes das estrelas não podiam pisar na Terra, tinham que ficar a uma distância aproximada de 25 metros da superfície superior da Terra. Infringindo esta lei, ficavam sob o poder da Terra, tinham que en-carnar-se como pessoas e só eram libertados após sua morte natural. Enquanto pessoas, eram frios, duros de coração e cruéis. S.W. era capaz de reconhecê-los por causa de seu olhar típico, onde faltava o “espiritual” e por causa do rosto sem barba, sem sobrancelhas e de traços afilados. Napoleão I teria sido um habitante das estrelas.”

JUNG, C.G. Estudos Psiquiatricos. OC, vol.1. Petrópolis: Vozes. 2013.

Paragráfo 56-60

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