De início, as lágrimas

DE INÍCIO, AS LÁGRIMAS
LAVAVAM-ME INCESSANTEMENTE O ROSTO


“(…) e apenas, em minutos raros, felicitava-me a bênção do sono. Interrompia-se, porém, bruscamente, a sensação
de alívio. Seres monstruosos acordavam-me, irônicos;
era imprescindível fugir deles. Reconhecia, agora,
a esfera diferente a erguer-se da poalha [poeira]
do mundo e, todavia, era tarde.
Pensamentos angustiosos
atritavam-me o cérebro.
Mal delineava projetos de solução, incidentes numerosos impeliam-me a considerações estonteantes.”

“Os princípios puramente filosóficos, políticos e científicos figuravam-se-me agora extremamente secundários para a vida humana. Significavam, a meu ver, valioso patrimônio nos planos da Terra, mas URGIA RECONHECER QUE A HUMANIDADE NÃO SE CONSTITUI DE GERAÇÕES TRANSITÓRIAS, E SIM DE ESPÍRITOS ETERNOS, a caminho de gloriosa destinação. Verificava que alguma coisa permanece acima de toda cogitação meramente intelectual.”

“Em verdade,
não fora um criminoso,
no meu próprio conceito.
A filosofia do imediatismo, porém, absorvera-me.”

“ALGO ME FAZIA EXPERIMENTAR
A NOÇÃO DE TEMPO PERDIDO, COM A
SILENCIOSA ACUSAÇÃO DA CONSCIÊNCIA.
Habitara a Terra, gozara-lhe os bens, colhera
as bênçãos da vida, mas não lhe retribuíra
ceitil do débito enorme.”

Não desenvolvera os
GERMES DIVINOS
que o Senhor da Vida
colocara em minha alma.
Sufocara-os, criminosamente, no desejo
incontido de bem-estar. Não adestrara
órgãos para a vida nova.”

 

XAVIER, Francisco Cândido / André Luiz. Nosso Lar. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. Edição Kindle.

CAPÍTULO 1 | NAS ZONAS INFERIORES

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