Desfecho senhorita S.W

“Nada mais foi produzido de novo. Nas conversas em estado de transe podia-se perceber certa insegurança, como se estivesse tateando e procurando impressionar os ouvintes, além de crescente insipidez de conteúdo. Também no comportamento externo, S.W. demonstrava grande acanhamento e insegurança de modo que se tornava mais forte a impressão de embuste premeditado. Por isso, afastei-me das sessões. A senhorita S.W. fez experiências em outros círculos e, seis meses após ter eu terminado minhas observações, foi pega em flagrante trapaça. Queria reacender a fé, abalada, em seus poderes sobrenaturais por meio de experiências tipicamente espíritas como apport etc., e para isso escondia em seu corpete pequenos objetos que jogava para o ar durante as sessões noturnas. Depois disso acabou o seu papel. Desde então, dezoito meses se passaram sem que a tenha visto. Fui informado por alguém que a conhecia desde pequena que vez por outra tinha estados esquisitos, mas de pouca duração, em que ficava quieta, muito pálida, com olhar fixo e brilhante ete. Não consegui apurar se teve novas visões. Também parece que não partici-pava mais de sessões espíritas. S. W. é agora funcionária de grande casa comercial e, ao que tudo indica, é pessoa aplicada e responsável que come trabalho com zelo e capacidade para satisfação geral de todos.”

JUNG, C.G. Estudos Psiquiatricos. OC, vol.1. Petrópolis: Vozes. 2013.

Paragráfo 71-72

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