“Em razão do aumento gradual da autossugestão, as áreas motoras do braço ficam isoladas relativamente à consciência, ou seja, a percepção dos leves impulsos motores fica encoberta para a consciência. O conhecimento da possibilidade de um conteúdo intelectual, adquirido por via da consciência, produz uma excitação colateral no campo da fala como o meio mais próximo da formulação intelectual. A intenção de formular afeta necessariamente o componente motor, sobretudo da representação verbal, o que explica o transbordar inconsciente de impulsos da fala para a região motora” e, vice-versa, a penetração gradual da hipnose parcial no campo da fala.
Em inúmeras experiências com principiantes, observei, geralmente no início de fenômenos intelectuais, um número relativamente grande de palavras desconexas e, mesmo, de meras letras sem sentido. Mais tarde foram produzidos os mais diversos tipos de absurdos, por exemplo, palavras ou frases de trás para frente ou, ainda, com as letras posicionadas de forma a serem lidas com o espelho. O surgimento de uma letra ou palavra significava nova sugestão; espontaneamente se juntava algum tipo de associação que então se realizava. Curiosamente estas associações, na maioria das vezes, não eram as conscientes, mas as totalmente inesperadas. “
JUNG, C.G. Estudos Psiquiatricos. OC, vol.1. Petrópolis: Vozes. 2013.
Paragráfo 86-87
