Figura feminina

“Acreditei ter amigos e fui decepcionado por eles: quanto às mulheres, embora desconfiasse delas, nunca fui por elas decepcionado.

Durante a ausência de minha mãe, nossa empregada também se ocupava de mim. Sei ainda como me erguia nos braços e o modo pelo qual eu apoiava a cabeça em seu ombro. Tinha cabelos negros e pele azeitonada, era muito diferente de minha mãe. Lembro-me da raiz de seus cabelos, de seu pescoço cuja pele era fortemente pigmentada, de sua orelha. Tudo isso parecia estranho e ao mesmo tempo singularmente familiar. Era como se ela não pertencesse a minha família, mas unicamente a mim. Mas de um modo incompreensível estava como que ligada a coisas misteriosas que eu não podia compreender. O tipo dessa moça tornou-se mais tarde um dos aspectos da minha anima. Ao seu contato eu experimentava o sentimento de alguma coisa insólita e ao mesmo tempo desde há muito conhecida: tal era a característica dessa figura que foi mais tarde para mim a quintessência do feminino.”

 

JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos, reflexões. Ed. Nova Fronteira, 2019, Local Kindle 474-475.

Infância

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