I Ching

“Devido ao ceticismo que manifestava em relação aos produtos do seu inconsciente, era importante não expor o sonho ao perigo de uma racionalização, e antes deixá-lo agir sem interferências. Abstive-me de dar minha interpretação. Ofereci-lhe uma única sugestão: aconselhei-o a ler e consultar (como as figuras chinesas do sonho) o famoso livro chinês de oráculos, o I Ching.

Mas o que significa atualmente essa “adivinhação”? Mesmo aqueles que aceitam a ideia de o I Ching ser um depósito de sabedoria hão de achar dificil acreditar que a consulta ao oráculo seja qualquer coisa mais que uma simples experiência de ocultismo. De fato, não é fácil perceber que essas consultas envolvem outros fenômenos, pois o homem comum, hoje em dia, considera qualquer técnica divinatória um contrassenso arcaico. No entanto, não são contrassensos. Como mostrou o dr. Jung, esse sistema de consultas está baseado no que chamou “o princípio da sincronicidade” (ou, mais simplesmente, coincidências significativas). Descreveu esta nova e dificil concepção no seu ensaio “Sincronicidade: um princípio de relação acausal”. Baseia-se na hipótese de um conhecimento interior inconsciente ligar um acontecimento físico a uma condição psíquica, de modo que um determinado acontecimento que parece “acidental” ou “coincidente” pode, na verdade, ser psiquicamente significativo; eo seu sentido é, muitas vezes, indicado simbolicamente pelos sonhos que coincidem com o acontecimento.”

 

JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus símbolos. Ed. Harper Collins, 2016, Pág 396-397.

V Símbolos em uma análise individual

Jolande Jacobi

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

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