“São, sobretudo, produtos de experiência traumas, interações e padrões familiares, condicionamento cultural. Estes combinam-se com alguns elementos inatos, a que Jung deu o nome de imagens arquetípicas, para formar o conjunto do complexo em seu todo. Os complexos são o que permanece na psique depois que ela digeriu a experiência e a reconstituiu em objetos internos. Nos seres humanos, os complexos funcionam como o equivalente de instintos em outros animais; imagos, ou complexos, são, por assim dizer, instintos humanos construídos.
Os sonhos são formados a partir dessas imagens inconscientes, os complexos. Jung refere-se em vários lugares aos complexos como sendo os arquitetos dos sonhos. Durante um certo período de tempo, os sonhos apresentam imagens, padrões, repetições e temas que nos fornecem um quadro descritivo dos complexos de uma pessoa.”
“A análise procura desvendar os complexos e expô-los à reflexão consciente do ego. Essa intervenção pode alterá-los um pouco. Na análise, uma pessoa aprende como funcionam os complexos, o que desencadeia a sua constelação e o que pode evitar a sua interminável repetição.”
“Um dos sinais de psicoterapia eficaz é que as perturbações induzidas pelo complexo perseveram por períodos de tempo muito mais breves do que antes. Uma recuperação mais rápida de perturbações induzidas por um complexo indica um recrudescimento da força do ego e maior integração do material psíquico, assim como o declínio do poder dos complexos. Um tempo de perseveração abreviado significa que o poder do complexo diminuiu.
Não obstante, cumpre reconhecer que um complexo nunca pode ser completamente eliminado. Os efeitos ondulatórios da “réplica sísmica” do complexo são esgotantes.”
Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 1269-1308.
2.O interior povoado (Imagens Psíquicas)