Jogos e rituais

“Estudando o comportamento dos animais, sabemos agora que muitos de seus padrões de comportamento não servem (ou não se pode provar que sirvam) a nenhum objetivo utilitário imediato, tal como o da propagação da espécie, o da alimentação, o da sobrevivência etc.”

“Adolf Portmann explica esses “rituais”, como os chamam atualmente os zoólogos, dizendo que são rituais que expressam o significado da existência do animal. Executando-os, o animal manifesta seu próprio ser, ou, poder-se-ia dizer, expressa o significado de sua existência sobre a terra, e até mesmo o mais cético dos zoologos não consegue descobrir neles qualquer outro propósito prático. Se impedimos os animais de executar esses rituais, eles adoecem e sua vitalidade diminui, de modo que temos de presumir que até mesmo nesse nível há a necessidade de expressar – usemos a expressão de Portmann – o significado da própria existência – sem qualquer outra finalidade prática – e é mais do que provável que os rituais mais arcaicos e mais origi-nais do homem fossem de natureza semelhante.”

“(…) quanto mais retrocedemos na história da religião, menos conseguimos fazer distinção entre jogos, brincadeiras e rituais. (…) Em outras palavras, quando o homem não está ocupado em fazer amor, caçar, comer ou dormir, e se ainda lhe restou alguma energia, então usemos a expressão zoológica – ele se dispõe a fazer coisas que para ele expressam o significado de sua existência, e tais coisas são, em geral, jogos rituais ou rituais lúdicos.”

VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia e a Imaginação ativa: estudos integrativos sobre imagens do inconsciente, sua personificação e cura.  Ed. São Paulo: Cultrix, 2022. Pág.149-151.

1. Palestra

Origens da Alquimia: Tradições extrovertidas e introvertidas.

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