Nada há fora, tudo está dentro

Se o homem pode transformar coisas fora dele mesmo, então é capaz de fazer isso de forma ainda melhor dentro de seu próprio microcosmo, e pode reconhecer ainda melhor as coisas dentro dele mesmo. Portanto, é no próprio homem que se encontra o maior dos tesouros, e nada há fora dele. Dever-se-ia assim começar a partir de dentro ou da região intermediária (medium) que é externa e internamente visível, e é preciso reconhecer quem e o que a pessoa é dentro de si mesma, e então, no seio da luz da natureza, reconhe cer-se-á a si mesmo por intermédio do exterior.

Esta é uma das partes mais notáveis e importantes de todo o texto, pois exprime a ideia de que o homem pode reconhecer diretamente as coisas externas olhando para as coisas internas. Desde a época de Dorn, a civilização ocidental tem procurado reconhecer diretamente apenas os fatos exteriores da natureza, dedicando só um mínimo de atenção ao fator subjetivo. Apenas durante os últimos trinta anos, aproximadamente, em certos círculos científicos tem-se redescoberto que a condição mental do observador é um elemento decisivo em tudo o que observamos, e, portanto, que não podemos fornecer uma descrição objetiva dos fatos externos sem que, de maneira artificial e nos iludindo a nós mesmos, eliminemos o fator subjetivo.”

VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia e a Imaginação ativa: estudos integrativos sobre imagens do inconsciente, sua personificação e cura.  Ed. São Paulo: Cultrix, 2022. Pág.227-228.

6. Palestra

Vir Unus/Unus Mundus

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

Facebook
Twitter
Pinterest

QUER MAIS?

Virtus

“Vartus é a mesma palavra que em português significa “virtude”, mas no século XVI ainda

Leia mais