O domínio da anima

“É a isso que Jung chamou a possessão pelo animus. O animus é uma poderosa personalidade que não é congruente com o ego ou a persona desejada. É “outra”,

Os homens sob o domínio da anima tendem a refugiar-se em sentimentos de mágoa e resignação; as mulheres sob o domínio do animus tendem a atacar. Esta é uma distinção convencional entre os sexos e, é claro, está sujeita a revisão à luz de recentes desenvolvimentos culturais.”

“A título de exemplo, descreverei um desenvolvimento psicológico ideal (por mais teórico e improvável que isso possa ser). As partes consciente e inconsciente do sistema psíquico trabalham juntas numa interação equilibrada e harmoniosa, e isso ocorre em parte entre a anima/us e a persona. Nesta situação, o ego não é Inundado por material vindo de fora ou de dentro mas, pelo contrário, seu desempenho é facilitado e protegido por essas estruturas. E a energia vital -libido flui num movimento progressivo para adaptação às tarefas e exigências da vida. Este é o quadro de uma personalidade saudável em perfeito funcionamento, com acesso a recursos internos e competente em sua adaptação externa. A atitude em relação ao mundo exterior é equilibrada e complementada por uma atitude em relação ao mundo interior. Ambas as atitudes estão articuladas entre si e nenhuma das duas está inadequadamente mais desenvolvida do que a outra. A pessoa é capaz de adaptar-se às exigências da vida e de administrar relações estáveis com os mundos social e natural circundantes. Existe internamente um acesso constante e bem administrado a um manancial de energia e inspiração criativa. As adaptações externas e internas são adequadas às solicitações da vida.”

“Uma importante razão para isso é que nos desenvolvemos de forma irregular e desigual. E pouquíssima atenção é prestada em nossa cultura contemporânea ao verdadeiro desenvolvimento interior ao que Jung chamou a “cultura individual”, em contraste com a cultura coletiva (baseada na persona). Na esfera interior, a maioria das pessoas é extremamente primitiva.

Só quando a persona é despida e a anima/us abre os portões para acesso às camadas mais profundas do inconsciente-quando, na meia-idade, por exemplo, o ego é sacudido pelo conflito entre persona e anima/us- é que a necessidade de desenvolvimento interior torna-se uma questão aguda e seriamente considerada.”

Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 3282-3318.

6. O Caminho para o interior (Definindo Anima e Animus)

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