O ego identifica-se com a persona

“Frequentemente, porém, o ego identifica-se com a persona. O termo psicológico identificação assinala a capacidade do ego para absorver e unir-se a objetos externos, atitudes e pessoas. Isso é um processo mais ou menos inconsciente. A pessoa imita involuntariamente outra. Talvez ela própria nem se dê conta disso, mas outras pessoas veem a imitação. Em princípio, pode-se dizer que o ego está inteiramente separado da persona mas, na vida real, não é esse o caso, visto que, com grande frequência, o ego tende a identificar-se com os papéis que desempenha na vida. ”

“De qualquer modo, o ego sempre contém mais do que a identificação com a persona. Pode-se dizer que, no máximo, a persona formará um invólucro compacto envolvendo o lado do ego que se defronta com o mundo social. Mas, usualmente, as pessoas ainda reconhecerão uma diferença entre o papel e a verdadeira identidade íntima. O núcleo do ego é arquetípico, assim como individual e pessoal. Ainda é pequeno ponto de reflexão, o centro do “eu”. O lado arquetípico do núcleo do ego é puro “eu sou”, uma manifestação do si-mesmo. É simplesmente “egoidade” (ver o capitulo 1).

“No lado pessoal, entretanto, o ego é permeável à influência de forças externas. Tal influência penetra no ego e afasta essa pura “egoidade” quando o ego se identifica com o novo conteúdo. Isto é a “aprendizagem” do ego. Aprendemos os nossos nomes. Depois disso, passamos a ser os nossos nomes, identificamo-nos com os sons deles. Quando o ego é identificado com a persona, sente-se idêntico a ela. Eu sou então o meu nome; sou o filho de meu pai e de minha mãe; o irmão de minha irmã. Uma vez feita essa identificação, deixo de ser simplesmente “eu sou o que sou” mas, em vez disso, sou Murray Stein, nascido em tal e tal data, com esta história pessoal particular. (…) Assim, a pura “egoidade” a peça arquetípica pode ficar obscurecida e esconder-se ou desaparecer totalmente da consciência. Então, somos verdadeiramente dependentes da persona para a nossa inteira identidade e senso de realidade, para não mencionar o sentimento de valor pessoal e de afinidade com o grupo a que se pertence.”

“(…) T. S. Eliot disse, falando sobre gatos, que eles têm três nomes: um que todo o mundo conhece, um que só alguns conhecem, e um que só o gato conhece! O primeiro e o segundo referem-se à persona, o terceiro refere-se ao núcleo arquetípico do ego.”

Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 2864-2894.

5. O revelado e o oculto nas relações com outros (A Formação da Sombra)

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