Psicologia analítica e alquimia

“Vi logo que a psicologia analítica concordava singularmente com a alquimia. As experiências dos alquimistas eram minhas experiências, e o mundo deles era, num certo sentido, o meu. Para mim, isso foi naturalmente uma descoberta ideal, uma vez que percebi a conexão histórica da psicologia do inconsciente. Esta teria agora uma base histórica. A possibilidade de comparação com a alquimia, da mesma forma que a sua continuidade espiritual, remontando até a gnose, conferia-lhe substância.

É verdade que uma psicologia da consciência pode restringir-se ao conhecimento da vida pessoal; mas para desenredar uma neurose, já se torna necessária uma anamnese que necessita uma sondagem mais profunda do que a do simples saber da consciência; e quando, durante o tratamento, se chega a momentos em que devem ser tomadas decisões inusitadas, aparecem, então, sonhos cuja interpretação exige mais do que reminiscências pessoais.

O segredo de Goethe foi o de ter sido tomado pelo lento movimento de elaboração de metamorfoses arquetípicas que se processam através dos séculos; ele sentiu seu Fausto como uma opus magnum ou divinum — uma grande obra ou uma obra divina.”

 

JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos, reflexões. Ed. Nova Fronteira, 2019, Local Kindle 3781-3793.

Gênese da obra

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