O Exagero Desengaja

Exageros nos desengajam do presente em uma medida ou outra, o que significa que perdemos nossa conexão com o mundo ao nosso redor. No caso da economia, quando a bolha da prosperidade estoura, ela nos força a voltar para as coisas básicas da vida: comida e aluguel. Começamos a nos fazer perguntas básicas: “Como eu poderia simplificar minha vida? Como posso me adaptar às mudanças que vejo ao meu redor? Talvez devesse começar uma horta, talvez adquirir algumas galinhas para poder ter ovos”.

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 63.

Como Encontrar a Felicidade?

“O fato de que, em última análise, o mundo não nos dá garantias não é uma punição; é apenas como as coisas são. Mas para onde isso nos leva? Como podemos apreciar a vida – nossos relacionamentos, nossos corpos físicos, o Concerto n°5 em Mi bemol maior de Beethoven – sem nos agarrarmos a eles como algo que irá durar e continuará a nos dar prazer? Como podemos encontrar verdadeira felicidade interior sabendo que estamos sujeitos à incerteza, ao envelhecimento, à doença e à morte? O Buda não havia respondido a essas questões ainda quando renunciou o direito a seu reino.

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 40.

Não Seja Tão Previsível

“O Lojong” budista, ou a tradição de treinamento da mente, diz: “Não seja tão previsível”. Como praticantes espirituais, precisamos ter alguma curiosidade em relação ao desconhecido. Quando territórios inexplorados nos assustam, poderíamos nos perguntar: “Onde está meu senso de aventura?”. É importante ter um senso de aventura na vida, porque nossa situação atual não é diferente daquela em que se escala uma rocha.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 30.

O Estado de Não Saber

O estado de não saber é um lugar fascinante de se estar. E não precisamos escalar montanhas de pedra para experimentá-lo. Deparamo-nos com o não saber, por exemplo, quando somos apresentados a alguém ou quando a vida nos prepara uma surpresa. Essas experiências nos lembram que mudança e imprevisibilidade são a pulsação inerente à nossa existência. Ninguém realmente sabe o que acontecerá de um momento para o outro: quem seremos, o que iremos encontrar e como reagiremos aquilo que encontrarmos? Não sabemos, mas há boa chance de que nos deparemos com algumas experiências duras e indesejáveis, com algumas surpresas que superam nossas expectativas e algumas coisas já esperadas também. E podemos tomar a decisão de estarmos presentes para todas elas.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 28-29.