O Adorador e o Objeto de Adoração

Criador por meio de formalidades religiosas externas corresponde a manter uma separação entre o adorador e seu Objeto de adoração; mas amar a Deus significa tornar-se Seu amigo, Seu filho, um com Ele.*

(…) essa lei não visa satisfazer a um capricho quixotesco de Deus, mas em vez disso é uma condição necessária para que a alma individualizada possa esta belecer uma conexão consciente com sua Fonte. Deus pode viver sem o amor do homem; todavia, assim como a onda não pode viver sem o oceano, não é possível para o homem existir sem o amor de Deus. A sede de amor em cada coração humano deve-se ao fato de o homem ser feito à imagem divina, plena de amor. Assim, os santos e avatares conclamam a humanidade a amar a Deus, não por uma compulsão ou mandamento, mas porque o oceano de Seu amor ergue-se por trás da pequena onda de amor em cada coração.

*Nota:Com que me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso? Apresentar-me-ei diante dele com holocausto, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto das minbas entranhas pelo pecado da minha alma?

“Ele te declarou, o homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus? (Miqueias 6:6-8).

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol II. Editora Self, 2017, pág. 502.

Capítulo 53: A observância dos dois maiores mandamentos.

Dominação Mental

– Sinceramente, Jovino, creio no poder da oração e suponho que nunca precisamos tanto como agora de usá-la em favor de nossa tranquilidade doméstica.

– Não concordo com a sua opinião.

E, sarcástico, a exibir estranho sorriso, continuou:

– Não disponho de tempo para lidar com os seus tabus. Tenho compromissos inadiáveis. Estudarei, junto de amigos, excelente negócio.

Nesse instante, contudo, surpreendente imagem de mulher surgiu-lhe à frente dos olhos, qual se fora projetada sobre ele a distância, aparecendo e desaparecendo com intermitências.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 19.

Origem do Satanismo

“Mas e quanto ao Satanismo? Os Bruxos eram chamados de adoradores do Diabo. Havia alguma verdade nisso? Não. Ainda que, como em todas as acusações, houvesse uma razão para essa crença. Em seu início, a Igreja era extremamente dura com seus seguidores. Ela não apenas determinava a forma pela qual os camponeses prestavam culto, mas também as formas pelas quais viviam e amavam. Franzia-se o cenho até mesmo para o intercurso sexual entre casais casados. Achava-se que não se devia ter nenhuma alegria no ato, permitido apenas para a procriação. O intercurso era ilegal nas quartas-feiras, nas sextas-feiras e nos domingos; pelos quarenta dias que antecediam o Natal pelo mesmo tempo antes da Páscoa; por três dias antes de receber a comunhão e da concepção até quarenta dias após o parto. Em outras palavras, somente em aproximadamente dois meses por ano podia-se ter relações sexuais com o cônjuge… mas sem sentir prazer com o ato, é claro!

Não há dúvidas de que tais coisas, juntamente com outras crueldades semelhantes, conduziram a uma rebelião – mesmo que clandestina. As pessoas – desta vez os cristãos -, ao descobrir que seu destino não melhorava quando rezavam ao chamado Deus de Amor, decidiam rezar para o seu adversário. Se Deus não iria ajudá-las, talvez o Diabo ajudasse. Assim surgiu o Satanismo. Uma paródia do Cristianismo, uma imitação dele. Tratava-se de uma revolta contra a rigidez da Igreja. Como se descobriu depois, o “Demônio” também não ajudava o pobre camponês. Mas, pelo menos assim, indo contra o estabelecido, ele demonstrava o seu desdém pelas autoridades.

Não levou muito tempo até que a “Santa Madre Igreja” percebesse essa rebelião. O Satanismo era anticristão. A Bruxaria também era – aos olhos da igreja – anticristã. Logo, Bruxaria e Satanismo eram uma coisa só.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019.

Deuses e Demônios

“Costuma-se dizer que os deuses de uma antiga religião se tornam os demônios da nova. E esse foi certamente o caso aqui. O Deus da Antiga Religião, era um deus cornífero. Portanto, aparentemente, era o demônio cristão. Aos olhos da Igreja, os pagãos eram obviamente adoradores do Demônio. Esse tipo de raciocínio é usado pela Igreja ainda hoje. (…) Não fazia diferença que as pessoas fossem boas, felizes e muitas vezes vivessem melhor do ponto de vista moral e ético do que a vasta maioria dos cristãos… elas tinham que ser convertidas.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, p. 36.