Corte de copas

Valete de Copas

A Terra da Água torna esta carta pouco dada ao movimento, pelo menos em termos físicos. (…) vemos um jovem valete segurando um cálice de um modo que sugere interesse ou fascínio. Desde Etteilla, esta carta carrega os significados de “meditação” e “contemplação”.

Da taça sai um peixe, a única raça do naipe de onde sai algo além de água. (…) o Valete tem a Rainha, ou o comande, como o oportunidade de ver o que de nós sentiria falta: os verdadeiros resultados provenientes da imaginação

LEITURAS – Silêncio, meditação, interesse por temas espirituais ou imaginativos sem qualquer necessidade de fazer nada com eles. Os Valetes podem ser mensa geiros, e o Valete de Copas pode subconsciente, incluindo informações sensitivas. Pode trazer mensagens do referir a um estudante de ocultismo ou mitos.

Cavaleiro de copas

(…) a carta carrega um conflito, entre a atração pelo amor e pelo serviço e o desejo de perseguir os próprios fascínios. Coloque-o ao lado do Eremita e essa qualidade interior se tornará ainda mais forte ao lado dos Amantes ou do Dois de Copas, e o romance assumirá o controle.

Em seu livro, Waite identifica o Cavaleiro de Espa das com sir Galahad, o cavaleiro que encontra o Santo Graal.

LEITURAS-Pessoas românticas, sonhadoras, escapis- tas ou paradas movimentos lentos. O ar em da água pode indicar a mente movendo-se sobre o inconsciente, despertando sentimentos profundos. Ele (ou cla) pode ser um amante dedicado, mas também pode ficar preso em seus próprios sentimentos, alguém que se apaixona pelo amor.

Rainha de Copas

Água de Água. Como uma das quatro cartas elementais “puras”, a Rainha de Copas carrega um poder especial. Ela está muito mais próxima da Sacerdotisa do que o impaciente Rei de Paus está do Mago, pois a Rainha de Copas é intensa e comprometida com seu caminho, que poderíamos chamar de caminho criativo do amor. Waite diz dela que “ela vé, mas também age, e sua atividade alimenta seu sonho”. Na imagem da versão Rider, ela olha fixamente para sua elaborada taça, que pode ser sua própria criação. (…) Alguns a compararam ao recipiente que contém a “hóstia”, o “pão” sagrado que se transforma no corpo de Cristo na missa católica. As figuras aladas de ambos os lados de seu trono lembram a Arca da Aliança do templo do antigo Israel, guardado por dois serafins. A Arca era a morada da Shekinah, a presença feminina do divino.

(…) a água a envolve e até parece se fundir em seu vestido, de modo que podemos dizer que ela mistura perfeitamente sentimentos intensos com as suas manifestações visíveis. Acho que a intensidade de seu olhar simboliza uma vontade forte.

Como uma imagem da Shekinah, a Rainha de Copas pode ser invocada magicamente para cura e proteção.

LEITURAS – Intensidade, dedicação, amor, alguém que combina sentimento com ação. Ela pode representar um artista criativo ou a própria criatividade. (…) (…) Cura e sensação de proteção diante de alguma situação dificil.

Rei de copas

Podemos pensar na Rainha e no Rei de Copas a partir de seu elemento. Sendo Água de Água, a Rainha torna-se autossuficiente, não precisando de um parceiro. Por outro lado, o Fogo de Água do Rei de Copas o leva a buscar realizações além do reino líquido do coração. Como rei, ele deve governar ou, em termos modernos, buscar sucesso e feitos no mundo exterior -, onde a sociedade não mede o valor em termos de amor ou afetos.

Na versão Rider, seu trono flutua no mar, mas a água nunca toca seus pés. Compare isso com a imagem da Rainha, que se senta em terra firme e ainda permite que a água escorra em seu vestido. O Rei de Copas pode indicar emoção reprimida, alguém com níveis profundos de sentimento que não mostra esse seu lado a outros para que isso não domine ele (ou ela).

LEITURAS – Fogo de Água sugere poder alquímico para transformar ou canalizar a energia emocional. O Rei parece alguém bem-sucedido.

POLLACK, Rachel.Bíblia Clássica do Tarot, Darkside, 2023, Pág. 478-487.

Copas

“Água, eneregia feminina básica, yin.

Clero, simbolizado pelo cálice da comunhão.

Artes, serviços sociais, religião.

Copas são fluidas, emocionais, complexas e intuitivas. (…)Elas são as companheiras naturais de Paus, configurando a água do fogo, o yin do yang. (…)A Sacerdotisa, revela a água como profunda, silênciosa e misteriosa, mais abaixo (…)

Como o Graal é seu símbolo central, o naipe de Copas tem caráter de cura. Podemos usá-las para curar áreas emocionais de nossas vidas.

Ás de Copas

(…) a versão Rider nos é valiosa, pois ela representa o Santo Graal. (…) com a pomba do espírito santo trazendo a hóstia de cima ninguém parece muito certo de que o W (ou o M de cabeça para baixo) está de fato no cálice. Isso dá a todo o naipe a qualidade de cura. As gotas de água formam a letra hebraica Yod, símbolo da graça divina veja o Ás de Paus.

O Ás ou número 1- é a coroa da Árvore da Vida, o elemento em sua forma mais pura, a mônada.

LEITURAS – Energia pura da água, amor, fluxo criati vo, cura espiritual, possível novo relacionamento.

Dois de Copas

O signo deste decanato é Câncer, mas o mais significa tivo provavelmente é o planeta regente: Vénus, o reino do amor. (…) A imagem da versão Rider é notoriamente sobre o amor e passou a significar um novo relacionamento (…) há uma formalidade nisso, uma sensação de equilíbrio entre as dimensões masculina e feminina que deve preceder a fusão de suas energias.

Vemos o caduceu, o cajado de Hermes, com suas duas cobras enroladas em um bastão, símbolo do masculino e do feminino entrelaçados, e também da energia kundalini que jaz como uma cobra enrolada na base de nossa espinha, e que quando sobe torna-se duas vertentes, duas fontes, de energia solar e lunar. (…) encontramos uma cabeça de leão entre elas, um símbolo alquímico de transformação.

LEITURAS – Um relacionamento, especialmente novo, que se torna significativo. Um fluxo de energias. A possibilidade de curar as velhas feridas de relaciona- mentos passados.

Três de Copas

Trés é a Deusa, a Grande Mãe, e a mãe d’água é trans bordante, amorosa, alegre. (…) A Imperatriz.(…) com seu regente Mercúrio, acrescenta uma qualidade de consciência a toda essa festiva efusão emocional.

(…) temos uma imagem de amizade e celebração, embora não especialmente de romance. (…) são atividades em grupo e com Copas, essas se tornam laços afetivos, proximidade entre amigos.

O poder de cura desta carta estará em torno das amizades.

LEITURAS – Emoções transbordantes, laços profundos entre amigos ou familiares, com grandes possibilidades de sobrecarregar os outros emocionalmente. Sentido mais simples – uma festa.

Quatro de copas

As qualidades fluidas da água trabalham contra a estrutura, e é assim que vejo a figura da versão Rider, que parece relutante em estender a mão e pegar a no- va taça oferecida pelo mesmo tipo de mão etérea que surge de uma nuvem no As de Copas. Ou talvez ele es- (Criação) teja apenas entediado ou apático. Às vezes, o Quatro de Copas de Rider indica alguém que se decepcionou no amor e agora não olha para uma nova possibilida- de que surgiu em sua vida.

Cinco de Copas

(…) Os Cincos, no entanto, seguem o tema de Gevurah, que é a dureza da vida e a maneira como os problemas nos testam. Em Copas, isso se torna uma imagem de tristeza, o lamento por algo que se perdeu. (…) A cena implica virar-se para o que foi perdido para visualizar o que resta, tomar posse disso e atravessar a ponte para que a vida continue.

A tradição pitagórica é muito mais positiva: a semidivindade, a meio caminho da plena realização do número dez. (…) A pêntade pode significar uma abertura para uma consciência superior. As emoções, e talvez os relacionamentos, seriam o caminho pa ra tal consciência.

Meu próprio entendimento do número cinco é o tempo e as mudanças que ele traz. As taças derramadas da imagem Rider são um tipo de mudança, mas não a única. Nada permanece o mesmo neste mundo, o que inclui os sentimentos.

LEITURAS – (…) as lições que apren demos e una mane consciência vinda da experiência emocional.

Seis de copas

A ideia de generosidade é bem mais valorizada: o menino dá a ela uma flor para compartilhar com a menina a beleza da vida.

A harmonia genuina é realmente o tema da car- ta, tanto para as tradições pitagóricas quanto para as cabalísticas. (…) o Seis de Copas pode significar um relacionamento amoroso que vai além do formal número Dois.

Como o centro da árvore, Beleza, o Seis de Copas pode significar o ideal emocional, um modelo de como podemos vivenciar nossos sentimentos e nos com- portarmos em relacionamentos significativos.

(…) harmonia emocional.

Sete de copas

A imagem da versão Rider que reúne sonhos, devaneios e pensamentos fantásticos – também não parece realmente apontar ao significado do número sete(…) A imaginação é, de certa forma, a fonte do amor e do relacionamento humano. Quando nos apaixonamos à primeira vista, não se trata exatamente de uma reação física, mas de uma reação “imaginal” (…) experiências da imaginação que são reais e significativas, em comparação com o que por vezes chamamos com o desdenhoso “fantasioso”. (…) podemos ver o Sete de Copas como a experimentação de novos sentimentos.

LEITURAS – Grande emoção, alguém que ama poderosamente, que pode ser movido tanto por imaginação e fantasias quanto por circunstâncias reais.

Oito de Copas

(…) articula o tema do movi mento no naipe emocional, mostrado como alguém deixando algo para trás. (…) Observe que as taças não são derrubadas, como na carta Cinco. A pessoa sabe que é hora de partir. (…) há uma la- cuna na disposição da filcira superior de taças, o que pode indicar que ela partira para procurar o que está faltando em sua vida. Uma lua crescente brilha no céu noturno, mas da maneira como a imagem é composta, ela também pode significar um eclipse do sol isto é, uma mudança da energia solar para a lunar.

(…) vejo oito como um número de ciclos e repetição.

LEITURAS –  A versão Rider sugere um afastar-se de algo antes que ele de fato termine porque sabemos que é hora de seguir em frente. Também pode comunicar a busca por algo que ost faltando em nossas vidas atuais.

Nove de Copas

(…)a maioria das pessoas interpreta como alguém presunçoso, satisfeito consigo mesmo e interessado principalmente no prazer.

(…) o Nove seria a feliz conclusão de sua busca.

LEITURAS – (…) Na versão Rider, satisfação, prazer, conforto, possivelmente por ter encontrado algo que faltava. (…) algo nascido da imaginação ou da emoção poderosa. Talvez um nascimento real.

Dez de Copas

(…) Dez de Copas(…)  mostra uma família alegre e festiva (…) A qualidade emocional positiva do naipe de Copas nos mostra uma cena simples. Não há mansão para essas pessoas, mas também não há far- dos. Os pais estão conscientes de tudo o que têm, erguendo os braços para as taças dispostas no arco-íris, enquanto as crianças dançam e brincam livremente.

(…) uma visão mais positiva ve o dez como o número da realidade, o lugar onde as qualidades do naipe tomam forma em nossas vidas. Aqui, a versão Rider parece bem adequada, comunicando a ideia de que a felicidade familiar é o que pode surgir na vida se Copas concretizar todas as suas possibilidades.

LEITURAS – Conexões emocionais, realização. Provavelmente não é uma carta de grandes riquezas, mas sim de prazeres singelos.”

POLLACK, Rachel.Bíblia Clássica do Tarot, Darkside, 2023, Pág. 369-389.

Nascer da Água

Água”, aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico no ventre da mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu atra vés de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o ser humano se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus.

A consciência comum está presa ao corpo, e através dos dois olhos físicos o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro da Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 269-270.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

O processo Iniciático Através das Águas

É preciso preciso explicar os vários processos do batismo, juntamente com seus efeitos correspondentes ou estados espirituais. O ritual do batismo pela imersão em água originou-se na Índia, e enfatizava a purificação do corpo precedendo a purificação da mente. Os estudantes que buscavam a instrução de um santo tinham primeiro de purificar seu corpo banhando-o – o que por si só iniciava o processo de purificação da mente, ao demonstrar o devido respeito ao mestre e ao interiorizar os pensamentos na expectativa das bênçãos e do valor das lições a serem recebidas. “Ser asseado é quase como ser santificado” – eis uma útil primeira lição. A imersão em água abre os poros da pele, eliminando do corpo toxinas perturbadoras, aliviando e acalmando o sistema circulatório. A água refresca as terminações nervosas e envia mensagens de sensações calmas por todos os centros vitais do corpo, equilibrando harmoniosamente as energias vitais.

A vida surgiu inicialmente da energia, depois das nebulosas e, por fim, da água. Toda semente de vida está irrevogavelmente vinculada à água. A vida física não pode existir sem ela. Aquele que se banha diariamente e medita logo a seguir esse sentirá o poder do “batismo” pela água. Banhar-se com a consciência de purificação sagrado ou lago, ou em outro curso de água natural cercado pela majestade cênica de Deus, é uma experiência de vibrante elevação. 

(…)

É a atitude mental de fé e devoção com que alguém recebe o batismo cerimonial – seja por imersão, seja pelo modo alternativo simbólico de espargir água sobre a cabeça – que determina as bênçãos recebidas; e é a continuidade de pensamento e ação corretos que assegura benefícios perduráveis. O iniciado, portanto, deveria regularmente batizar seu eu com o Espírito, pela imersão da consciência na sabedoria, no magnetismo e na radiação divina do Espírito Santo, em meditação.

Uma vez que o objetivo do batismo é trazer uma transformação e elevação da consciência por meio de alguma forma de imersão simbólica, é útil considerar como podemos ser “batizados” inconscientemente por aqueles com quem nos associamos. Portanto, aquele que almeja a “iniciação” deve manter-se cuidadosamente atento em relação às águas em que imerge sua consciência. As vibrações de outras pessoas podem ser recebidas por um intercâmbio de magnetismo.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 117-118.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Chaga do Coração

“(…) O Lançado dado no lado direito atingiu a aurícula direita do coração, perfurando-lhe o pericárdio.

(Jo 19,33 s.)- “Ora, quando (os soldados) vieram a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados lhe abriu o lado com a lança e, ato contínuo, saiu sangue e água”.

(…)

Mas limitemo-nos ao texto evangélico: um dos soldados feriu-lhe o lado com a lança, e logo saíram dali sangue e água. Pedi à anatomia e à experimentação a explicação deste texto, e agora vamos ouvi-la de tal como me responderam.

A Mortalha tem manifestamente os traços dessa chaga do lado esquerdo, o que quer dizer, sendo suas imagens inversas, que o cadáver a tinha do lado direito.

(…) o estigmatizado teria a chaga localizada do mesmo lado em que vê a chaga de Jesus crucificado. Em vez de propor teorias também científicas, prefiro confessar que isto ultrapassa o domínio da ciência e respeitar o mistério destes fenômenos.

(…)

Na parte superior da imagem sanguínea se distingue nitidamente, tanto no original como nas fotografias, uma mancha oval com o eixo maior um tanto oblíquo de dentro para fora e de baixo para cima, que dá, nitidamente, a impressão da chaga do lado, de onde saiu este sangue. Tem esta chaga 4,4 cm no eixo maior e 1,5 cm na altura. É dela que devemos procurar a localização exata para a transferir a outro corpo. Notemos, de passagem, que a relíquia do ferro de lança que se encontra no Vaticano tem 45 mm, em sua parte mais larga. As chagas são sempre mais estreitas do que os agentes perfurantes por causa da elasticidade da pele.

A extremidade interna da chaga está a 9,5 cm abaixo e um pouco para fora do mamilo, em uma horizontal que passa a 9 cm abaixo dele.

A) IN VIVO. RADIOGRAFIAS

(…) a lança escorregou sobre a sexta costela, perfurou o quinto espaço intercostal e penetrou na profundidade. Que encontrou em seguida? A pleura e o pulmão.

O lançaço foi, portanto, oblíquo e próximo da horizontal, o que é fácil de executar se a cruz, como penso, não fosse muito alta.

Esse golpe desferido ao coração pela direita, sendo sempre moral deveria constituir um dos golpes clássicos e ser ensinado nos exércitos romanos; tanto mais que o lado esquerdo estava normalmente protegido pelo escudo. Encontrei aliás, ao reler os “Comentários de César que a expressão “latus apertum – lado descoberto (desprotegido) era clássica para designar o lado direito.

Então a ponta se dirige naturalmente através da parte anterior, delgada, do pulmão direito e atinge, segundo as radiografias, após um trajeto de 8 cm, o bordo direito do coração envolvido pelo pericárdio.

Ora, aqui está o cerne da questão, a parte do coração que ultrapassa à direita o esterno é a aurícula direita. Essa aurícula, prolongada em cima pela veia cava superior e embaixo pela veia cava inferior, está sempre, no cadáver, cheia de sangue líquido.

(…)

Se o golpe tivesse sido desferido do lado esquerdo, teria atingido os ventrículos, que no cadáver estão vazios.

B) NO CADÁVER. EXPERIÊNCIAS

O sangue vem, portanto, naturalmente, do coração, e em tal quantidade não poderia vir senão dali. Mas de veio a água?

(…)

Era, portanto, a água líquido pericárdico. Pode-se supor que após aquela agonia excepcionalmente penosa, que foi a do Salvador, esse hidropericárdio fosse particularmente abundante e suficiente para que São João, testemunha ocular, tivesse podido ver claramente correr sangue e água. Para ele a serosidade não podia ser senão água, da qual tem toda a aparência.

(…)

Meu amigo Judica (…) Para ele, trata-se de “pericardite serosa traumática”. Essa pericardite fora provocada pelos golpes, pauladas e sobretudo pela flagelação atroz sofrida pelo tórax, no pretório. Tais violências poderiam bem provocar uma pericardite que, após estádio muito curto de hiperemia, não excedendo, muitas vezes, senão algumas horas, produz um derramamento seroso rápido e abundante.

OUTRAS HIPÓTESES

Sim! São João era bem clarividente. O que viu foi, sem dúvida, o sangue da aurícula e a água do pericárdio. 

(…)

O que aconteceu, agora, durante o transporte em posição horizontal, da Cruz para o Túmulo? Não esqueçamos que a chaga do coração é nitidamente lateral, está situada na região subaxilar. É muito provável que, nesta posição, o líquido pleural aflore a esta chaga e pelo lado direito, como o descrevi. Esta saída de sangue e serosidade foi favorecida pelas oscilações transversais, inevitáveis no transporte. Foi esta mescla hidroemática que se espalhou transversal mente na parte inferior das costas, no meio das pregas da faixa que suponho tenha sido usada no transporte. Uma tal diluição do sangue explica talvez o largo halo em volta, de coloração muito pálida, que envolve e ultrapassa para cima e para baixo os coágulos irregulares dia hemorragia posterior.”

BARBET, Pierre. A Paixão de Cristo, segundo o cirurgião. São Paulo: Edições Loyola, 2014, pág. 138-153.

 

Testemunho da Morte

“O quarto evangelista, São João, que foi testemunha ocular, relata que, depois de Jesus ter morrido, um soldado romano lhe atravessou o peito com uma lança para certificar-se de que à estava morto e não era preciso apressar-lhe a morte: Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados atravessou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. E o Apóstolo acrescenta solenemente: Aquele que o viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que todos vos creiais (Jo 19, 30-35).

(…)

A ferida tem 4 cm – largura máxima das lanças romanas – e atingiu o hemitórax entre a 5ª e a 6ª costelas, a 13 cm do esterno. (…) Por outro lado, há indícios de que o sangue saiu sem força, o que da a entender que o coração já estava parado.

Sobre o tecido, vê-se uma dupla mancha: uma de sangue e outra, quase incolor, que se tornou bem visível quando se usaram raios ultravioletas na observação (fig. 8). Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins (fig. 4).

Como vimos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu imediatamente sangue e água. (…). Quanto ao que São João chama água e que corresponderia à mancha in color observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo – resultante dos hematomas e de líquido pericárdico, situado dentro do saco pericárdico que envolve o coração. Este líquido é tanto mais abundante quanto maior e mais abundante for o sofrimento da pessoa; constitui até uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes de morrer.”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 36-38.

Purificação da Água, o Batismo

“Quando João chegou à Palestina, mostrou-se em público (…). Cabia-lhe anunciar a vinda do grande Redentor aos humildes e aos pobres em espírito. Ele apresentou uma ideia inteiramente nova, pois pregava a doutrina do batismo como meio de redenção ou regeneração.

(…) o Batismo, (imersão na água) e o uso da água para a purificação no sentido simbólico ou Cósmico, havia sido introduzido nos rituais e cerimônias da Grande Fraternidade Branca do Egito por um personagem conhecido pelo nome de El-Moria. Foi ele um dos grandes Avatares dos primeiros dias da Fraternidade, que aprendeu, através da meditação e da iluminação Cósmica, que a água purifica tanto no sentido físico como no sentido Cósmico.(…) fontes de água purificada passaram a ser colocadas na frente de cada altar, nos templos de mistério do Egito e em terras.

Foi este mesmo grande Avatar o primeiro a introduzir o batismo público para regeneração espiritual, realizando essas cerimônias no Lago Mocris, no distrito de Faium, no Egito (…)”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 197-198.

Os Opostos se Contém

Diário Espiritual de 05 de fevereiro de 2020

“A água, cuja partícula é composta por três átomos inflamáveis, revela a beleza do princípio de polaridade, onde os opostos se contém, se anulam ou se potencializam, na medida de sua organização e vibração. Situações antagônicas são parte do mesmo aprendizado, da mesma lição. Rejeitar um extremo é perder-se no outro. A vida é experiência desenhada para ser vivida. No fim, o extrato dos aprendizados é o que dirá quão proveitosas foram nossas vivências.

Aceita tudo com o coração aberto e contempla a complementaridade dos polos, o equilíbrio da força, e a beleza da vida e do cosmo.”

W.W.