Nascer da Água

Água”, aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico no ventre da mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu atra vés de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o ser humano se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus.

A consciência comum está presa ao corpo, e através dos dois olhos físicos o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro da Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 269-270.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

O processo Iniciático Através das Águas

É preciso preciso explicar os vários processos do batismo, juntamente com seus efeitos correspondentes ou estados espirituais. O ritual do batismo pela imersão em água originou-se na Índia, e enfatizava a purificação do corpo precedendo a purificação da mente. Os estudantes que buscavam a instrução de um santo tinham primeiro de purificar seu corpo banhando-o – o que por si só iniciava o processo de purificação da mente, ao demonstrar o devido respeito ao mestre e ao interiorizar os pensamentos na expectativa das bênçãos e do valor das lições a serem recebidas. “Ser asseado é quase como ser santificado” – eis uma útil primeira lição. A imersão em água abre os poros da pele, eliminando do corpo toxinas perturbadoras, aliviando e acalmando o sistema circulatório. A água refresca as terminações nervosas e envia mensagens de sensações calmas por todos os centros vitais do corpo, equilibrando harmoniosamente as energias vitais.

A vida surgiu inicialmente da energia, depois das nebulosas e, por fim, da água. Toda semente de vida está irrevogavelmente vinculada à água. A vida física não pode existir sem ela. Aquele que se banha diariamente e medita logo a seguir esse sentirá o poder do “batismo” pela água. Banhar-se com a consciência de purificação sagrado ou lago, ou em outro curso de água natural cercado pela majestade cênica de Deus, é uma experiência de vibrante elevação. 

(…)

É a atitude mental de fé e devoção com que alguém recebe o batismo cerimonial – seja por imersão, seja pelo modo alternativo simbólico de espargir água sobre a cabeça – que determina as bênçãos recebidas; e é a continuidade de pensamento e ação corretos que assegura benefícios perduráveis. O iniciado, portanto, deveria regularmente batizar seu eu com o Espírito, pela imersão da consciência na sabedoria, no magnetismo e na radiação divina do Espírito Santo, em meditação.

Uma vez que o objetivo do batismo é trazer uma transformação e elevação da consciência por meio de alguma forma de imersão simbólica, é útil considerar como podemos ser “batizados” inconscientemente por aqueles com quem nos associamos. Portanto, aquele que almeja a “iniciação” deve manter-se cuidadosamente atento em relação às águas em que imerge sua consciência. As vibrações de outras pessoas podem ser recebidas por um intercâmbio de magnetismo.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 117-118.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Chaga do Coração

“(…) O Lançado dado no lado direito atingiu a aurícula direita do coração, perfurando-lhe o pericárdio.

(Jo 19,33 s.)- “Ora, quando (os soldados) vieram a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados lhe abriu o lado com a lança e, ato contínuo, saiu sangue e água”.

(…)

Mas limitemo-nos ao texto evangélico: um dos soldados feriu-lhe o lado com a lança, e logo saíram dali sangue e água. Pedi à anatomia e à experimentação a explicação deste texto, e agora vamos ouvi-la de tal como me responderam.

A Mortalha tem manifestamente os traços dessa chaga do lado esquerdo, o que quer dizer, sendo suas imagens inversas, que o cadáver a tinha do lado direito.

(…) o estigmatizado teria a chaga localizada do mesmo lado em que vê a chaga de Jesus crucificado. Em vez de propor teorias também científicas, prefiro confessar que isto ultrapassa o domínio da ciência e respeitar o mistério destes fenômenos.

(…)

Na parte superior da imagem sanguínea se distingue nitidamente, tanto no original como nas fotografias, uma mancha oval com o eixo maior um tanto oblíquo de dentro para fora e de baixo para cima, que dá, nitidamente, a impressão da chaga do lado, de onde saiu este sangue. Tem esta chaga 4,4 cm no eixo maior e 1,5 cm na altura. É dela que devemos procurar a localização exata para a transferir a outro corpo. Notemos, de passagem, que a relíquia do ferro de lança que se encontra no Vaticano tem 45 mm, em sua parte mais larga. As chagas são sempre mais estreitas do que os agentes perfurantes por causa da elasticidade da pele.

A extremidade interna da chaga está a 9,5 cm abaixo e um pouco para fora do mamilo, em uma horizontal que passa a 9 cm abaixo dele.

A) IN VIVO. RADIOGRAFIAS

(…) a lança escorregou sobre a sexta costela, perfurou o quinto espaço intercostal e penetrou na profundidade. Que encontrou em seguida? A pleura e o pulmão.

O lançaço foi, portanto, oblíquo e próximo da horizontal, o que é fácil de executar se a cruz, como penso, não fosse muito alta.

Esse golpe desferido ao coração pela direita, sendo sempre moral deveria constituir um dos golpes clássicos e ser ensinado nos exércitos romanos; tanto mais que o lado esquerdo estava normalmente protegido pelo escudo. Encontrei aliás, ao reler os “Comentários de César que a expressão “latus apertum – lado descoberto (desprotegido) era clássica para designar o lado direito.

Então a ponta se dirige naturalmente através da parte anterior, delgada, do pulmão direito e atinge, segundo as radiografias, após um trajeto de 8 cm, o bordo direito do coração envolvido pelo pericárdio.

Ora, aqui está o cerne da questão, a parte do coração que ultrapassa à direita o esterno é a aurícula direita. Essa aurícula, prolongada em cima pela veia cava superior e embaixo pela veia cava inferior, está sempre, no cadáver, cheia de sangue líquido.

(…)

Se o golpe tivesse sido desferido do lado esquerdo, teria atingido os ventrículos, que no cadáver estão vazios.

B) NO CADÁVER. EXPERIÊNCIAS

O sangue vem, portanto, naturalmente, do coração, e em tal quantidade não poderia vir senão dali. Mas de veio a água?

(…)

Era, portanto, a água líquido pericárdico. Pode-se supor que após aquela agonia excepcionalmente penosa, que foi a do Salvador, esse hidropericárdio fosse particularmente abundante e suficiente para que São João, testemunha ocular, tivesse podido ver claramente correr sangue e água. Para ele a serosidade não podia ser senão água, da qual tem toda a aparência.

(…)

Meu amigo Judica (…) Para ele, trata-se de “pericardite serosa traumática”. Essa pericardite fora provocada pelos golpes, pauladas e sobretudo pela flagelação atroz sofrida pelo tórax, no pretório. Tais violências poderiam bem provocar uma pericardite que, após estádio muito curto de hiperemia, não excedendo, muitas vezes, senão algumas horas, produz um derramamento seroso rápido e abundante.

OUTRAS HIPÓTESES

Sim! São João era bem clarividente. O que viu foi, sem dúvida, o sangue da aurícula e a água do pericárdio. 

(…)

O que aconteceu, agora, durante o transporte em posição horizontal, da Cruz para o Túmulo? Não esqueçamos que a chaga do coração é nitidamente lateral, está situada na região subaxilar. É muito provável que, nesta posição, o líquido pleural aflore a esta chaga e pelo lado direito, como o descrevi. Esta saída de sangue e serosidade foi favorecida pelas oscilações transversais, inevitáveis no transporte. Foi esta mescla hidroemática que se espalhou transversal mente na parte inferior das costas, no meio das pregas da faixa que suponho tenha sido usada no transporte. Uma tal diluição do sangue explica talvez o largo halo em volta, de coloração muito pálida, que envolve e ultrapassa para cima e para baixo os coágulos irregulares dia hemorragia posterior.”

BARBET, Pierre. A Paixão de Cristo, segundo o cirurgião. São Paulo: Edições Loyola, 2014, pág. 138-153.

 

Testemunho da Morte

“O quarto evangelista, São João, que foi testemunha ocular, relata que, depois de Jesus ter morrido, um soldado romano lhe atravessou o peito com uma lança para certificar-se de que à estava morto e não era preciso apressar-lhe a morte: Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados atravessou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. E o Apóstolo acrescenta solenemente: Aquele que o viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que todos vos creiais (Jo 19, 30-35).

(…)

A ferida tem 4 cm – largura máxima das lanças romanas – e atingiu o hemitórax entre a 5ª e a 6ª costelas, a 13 cm do esterno. (…) Por outro lado, há indícios de que o sangue saiu sem força, o que da a entender que o coração já estava parado.

Sobre o tecido, vê-se uma dupla mancha: uma de sangue e outra, quase incolor, que se tornou bem visível quando se usaram raios ultravioletas na observação (fig. 8). Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins (fig. 4).

Como vimos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu imediatamente sangue e água. (…). Quanto ao que São João chama água e que corresponderia à mancha in color observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo – resultante dos hematomas e de líquido pericárdico, situado dentro do saco pericárdico que envolve o coração. Este líquido é tanto mais abundante quanto maior e mais abundante for o sofrimento da pessoa; constitui até uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes de morrer.”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 36-38.

Purificação da Água, o Batismo

“Quando João chegou à Palestina, mostrou-se em público (…). Cabia-lhe anunciar a vinda do grande Redentor aos humildes e aos pobres em espírito. Ele apresentou uma ideia inteiramente nova, pois pregava a doutrina do batismo como meio de redenção ou regeneração.

(…) o Batismo, (imersão na água) e o uso da água para a purificação no sentido simbólico ou Cósmico, havia sido introduzido nos rituais e cerimônias da Grande Fraternidade Branca do Egito por um personagem conhecido pelo nome de El-Moria. Foi ele um dos grandes Avatares dos primeiros dias da Fraternidade, que aprendeu, através da meditação e da iluminação Cósmica, que a água purifica tanto no sentido físico como no sentido Cósmico.(…) fontes de água purificada passaram a ser colocadas na frente de cada altar, nos templos de mistério do Egito e em terras.

Foi este mesmo grande Avatar o primeiro a introduzir o batismo público para regeneração espiritual, realizando essas cerimônias no Lago Mocris, no distrito de Faium, no Egito (…)”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 197-198.

Os Opostos se Contém

Diário Espiritual de 05 de fevereiro de 2020

“A água, cuja partícula é composta por três átomos inflamáveis, revela a beleza do princípio de polaridade, onde os opostos se contém, se anulam ou se potencializam, na medida de sua organização e vibração. Situações antagônicas são parte do mesmo aprendizado, da mesma lição. Rejeitar um extremo é perder-se no outro. A vida é experiência desenhada para ser vivida. No fim, o extrato dos aprendizados é o que dirá quão proveitosas foram nossas vivências.

Aceita tudo com o coração aberto e contempla a complementaridade dos polos, o equilíbrio da força, e a beleza da vida e do cosmo.”

W.W.