“O termo também poderia derivar do italiano arrocco, verbo oriundo de uma expressão popular que evoca o ataque e é utilizada quando se ataca a torre no xadrez, por exemplo: ti arrocco ou t’arrocco, que significa “eu te ataco” ou “te obrigo a defender-te”. Portanto, “tarô” poderia muito bem provir de exclamações feitas pelos jogadores à mesa… Muito nos interessou uma menção que encontramos em um dicionário etimológico e que pode conduzir aos mesmos significados: “tarô”, termo do século XVI de origem obscura, viria do italiano tarocco, derivação de taroccare, que significa “enfurecer-se” e, por extensão, “responder com uma carta mais forte”.
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De passagem, vale notar que os termos “arcanos maiores” e “arcanos menores” para designar as cartas do tarô são bem ulteriores. O vocábulo “arcano” foi utilizado pela primeira vez por Paul Christian (pseudonimo de Jean-Baptiste Pitois) para designar as cartas do tarô, inicialmente em seu Homme Rouge des Tuileries [Homem Vermelho das Tulherias] (1863), no qual descreve “lâminas de ouro”. O conteúdo de cada uma delas constituiria um arcano, ou seja, um segredo.
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É provável que tenha sido Papus a introduzir a noção de arcanos maiores e menores, considerando estes últimos ao evocar o taro divinatório em 1909. “Arcano” vem do latim arcanum, que significa “segredo” e, originariamente, seria um termo da alquimia, recuperado aqui para designar as cartas do Tarô Divinatório. Quanto ao vocábulo “lâmina”, ele foi empregado pela primeira vez por Alliette: em suas obras, o autor descreve como os egípcios proferiam oráculos utilizando lâminas de ouro…”
NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 99.