“Hoje, concorremos sem piedade pela atenção. Somos, uns para os outros, vitrines que lutam por atenção.”
HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 1038.
Linguagem do outro
“Hoje, concorremos sem piedade pela atenção. Somos, uns para os outros, vitrines que lutam por atenção.”
HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 1038.
Linguagem do outro
“O vazio não significa que não haja nada na sala. Ele é uma intensidade, uma presença intensiva. É uma manifestação espacial de silêncio. Vazio e silêncio são irmãos. O silêncio também não significa que nenhum som possa ser ouvido. Alguns sons podem até enfatizá-lo. O silêncio é uma forma intensiva de atenção.”
HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 1442.
Um excurso sobre o Jukebox
“As informações nos roubam o silêncio, impondo-se sobre nós e exigindo nossa atenção. O silêncio é um fenômeno de atenção. Somente uma atenção profunda produz silêncio. As informações, porém, fragmentam a atenção.”
HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 1355.
Silêncio
“A atenção crescente às coisas caminha junto com o autoesquecimento e a perda de si mesmo. Onde o Eu se torna fraco, ele se torna receptivo a essa linguagem silenciosa das coisas. A experiência de presença pressupõe uma exposição, uma vulnerabilidade. Sem uma ferida, eu acabo ouvindo apenas o eco de mim mesmo. A ferida é a abertura, a escuta para o outro.”
HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 938.
Magia das coisas
“A atual crise da religião não se pode deixar reduzir simplesmente a que perdemos a fé em Deus ou que nos tornamos desconfiados de certos dogmas. No âmbito mais profundo, a crise aponta para o fato de que perdemos cada vez mais a capacidade contemplativa. A coação crescente à produção e à comunicação dificulta o demorar contemplativo. A religião pressupõe uma forma especial de atenção. Malebranche caracteriza a atenção como a prece natural da alma. Hoje, a alma não mais faz preces. Sua hiperatividade pode ser responsabilizada pela perda da experiência religiosa. A crise da religião é uma crise da atenção.”
HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 1559.
A sociedade que vem
“Inatividades demandam tempo. Elas exigem muito tempo [lange Weile], um demorar-se intenso, contemplativo. Elas são raras em uma época da pressa, na qual tudo se tornou tão a curto prazo, de tão curta respiração e de vista tão curta.
Hoje, impõe-se em todo lugar a forma de vida consumista, na qual toda necessidade deve ser satisfeita imediatamente. Não temos mais a paciência para a espera, na qual algo pode lentamente amadurecer. O que conta é apenas o efeito de curto prazo, o êxito rápido. Ações se encurtam em reações.
Experiências se diluem em vivências. Sentimentos se empobrecem em emoções e afetos. Não temos acesso à realidade, que só se revela a uma atenção contemplativa.”
HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 193-202.
Considerações sobre a inatividade
“A vita contemplativa pressupõe uma pedagogia específica do ver.
Aprender a ver significa “habituar o olho ao descanso, à paciência, ao deixar-aproximar-se-de-si”, isto é, capacitar o olho a uma atenção profunda e contemplativa, a um olhar demorado e lento.”
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Ed. Vozes, 2022, Local 409-412.
5| Pedagogia do ver
“No estado contemplativo, de certo modo, saímos de nós mesmos, mergulhando nas coisas.”
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Ed. Vozes, 2022, Local 280.
3 | O tédio profundo
“Essa atenção profunda é cada vez mais deslocada por uma forma de atenção bem distinta, a hiperatenção (hyperattention). Essa atenção dispersa se caracteriza por uma rápida mudança de foco entre diversas atividades, fontes informativas e processos. E visto que ele tem uma tolerância bem pequena para o tédio, também não admite aquele tédio profundo que não deixa de ser importante para um processo criativo. Walter Benjamin chama a esse tédio profundo de um “pássaro onírico, que choca o ovo da experiência””
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Ed. Vozes, 2022, Local 254.
3 | O tédio profundo
“Os desempenhos culturais da humanidade, dos quais faz parte também a filosofia, devem-se a uma atenção profunda, contemplativa. A cultura pressupõe um ambiente onde seja possível uma atenção profunda.”
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Ed. Vozes, 2022, Local 252.
3 | O tédio profundo