“A rede se transforma, hoje, em um campo de ressonância especial, em uma câmara de eco, da qual é eliminada toda alteridade, toda estranheza. A ressonância real pressupõe uma proximidade do outro. Hoje, a proximidade do outro dá lugar à ausência de distanciamento do igual. A comunicação global permite apenas iguais outros ou outros iguais.
Está inscrita na proximidade, como sua contraparte dialética, a distância. A eliminação da distância não produz mais proximidade, mas a destrói. Em lugar da proximidade surge uma completa ausência de distância. Proximidade e distância estão imbricadas uma na outra. Uma tensão dialética as mantém unidas. Ela consiste em que as coisas são animadas justamente por seu oposto, pelo outro de si mesmas.”
HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 111-114.
Terror do igual