“A atual crise da religião não se pode deixar reduzir simplesmente a que perdemos a fé em Deus ou que nos tornamos desconfiados de certos dogmas. No âmbito mais profundo, a crise aponta para o fato de que perdemos cada vez mais a capacidade contemplativa. A coação crescente à produção e à comunicação dificulta o demorar contemplativo. A religião pressupõe uma forma especial de atenção. Malebranche caracteriza a atenção como a prece natural da alma. Hoje, a alma não mais faz preces. Sua hiperatividade pode ser responsabilizada pela perda da experiência religiosa. A crise da religião é uma crise da atenção.”
HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 1559.
A sociedade que vem