Armadura protetora da cidadania

“Na ponta da corda que sofre as pressões individualizantes, os indivíduos estão sendo, gradual mas consistentemente, despidos da armadura protetora da cidadania e expropriados de suas capacidades e interesses de cidadãos. Nessas circunstâncias, a perspectiva de que o indivíduo de jure venha a se tornar algum dia indivíduo de facto (aquele que controla os recursos indispensáveis à genuína autodeterminação) parece cada vez mais remota. O indivíduo de jure não pode se tornar indivíduo de facto sem antes tornar-se cidadão. Não há indivíduos autônomos sem uma sociedade autônoma, e a autonomia da sociedade requer uma autoconstituição deliberada e perpétua, algo que só pode ser uma realização compartilhada de seus membros.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 756-760.

Capítulo 1 | Emancipação

O Compromisso com a teoria crítica na sociedade dos indivíduos

O indivíduo é o pior inimigo do cidadão

“Se o indivíduo é o pior inimigo do cidadão, e se a individualização anuncia problemas para a cidadania e para a política fundada na cidadania, é porque os cuidados e preocupações dos indivíduos enquanto indivíduos enchem o espaço público até o topo, afirmando-se como seus únicos ocupantes legítimos e expulsando tudo mais do discurso público.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 691.

Capítulo 1 | Emancipação

O indivíduo em combate com o cidadão