“Estes espirituais vão, pois, por certo tempo, nutrindo os sentidos com suaves comunicações. Atraída e deliciada com o gosto espiritual que dimana da parte superior, a parte sensitiva une-se e põe-se em harmonia com o espírito. Alimentam-se, sentido e espírito juntos, cada um a seu modo, do mesmo manjar espiritual e no mesmo prato que nutre a ambos como a uma só pessoa. E assim, de certo modo irmanados e conformes em unidade, estão dispostos agora para, juntos, sofrer a áspera e dura purificação do espírito, que os espera.
De fato, a verdadeira purificação do sentido só se realiza quando começa deliberadamente a do espírito. Por isto, a noite do sentido que descrevemos, mais propriamente se pode e deve chamar certa reforma e enfreamento do apetite, do que purificação.”
CRUZ, São João da. A noite escura da Alma. Editora Família Católica, 2018, versão Kindle, Posição: 1157-1163.