Contradições dos Relatos Evangelistas

PERGUNTA: Quais são as principais contradições nos relatos dos evangelistas?

RAMATÍS: De modo geral, notam-se diversas contradições entre os quatro evangelistas: aqui, Mateus desconhece a história dos pastores e Lucas não sabe da visita dos reis magos a Jesus. Ali, Mateus afirma que o pai de José é Jacó, com 28 gerações da linhagem de Davi, mas Lucas o apontando Heli, com 40 gerações, como ancestral de Jesus. Os dois apóstolos ainda se contradizem quando Mateus afirma que José habitava Belém e apenas visitara Nazaré, enquanto Lucas afirma que José residia verdadeiramente em Nazaré. Marcos (5:2) e Lucas (8:27) dizem que se apresentou um endemoninhado a Jesus, enquanto Mateus (8:28) afirma que foram dois Marcos (16:7) faz Jesus aparecer na Galileia, porem Lucas (24:36) diz que Jesus apareceu em Jerusalém; Mateus (20:30) narra que o Mestre curou dois cegos, enquanto Lucas (18:35) o contesta, pois diz que foi só um: Marcos (13:32) deixa evidente a afirmativa de Jesus de que só o Pai sabe tudo, mas João (16:30) garante que Jesus sabe tudo. Na questão do bom e do mau ladrão, a contradição é acentuada: Marcos (15:32) diz que dois ladrões, crucificados ao lado de Jesus, o insultaram: João, que estava presente ao ato da crucificação, nada diz, Lucas, que não estava presente ao ato, explica isso com minudências (Lucas 23:39-42) e diz que apenas um ladrão insultou o Mestre. Na realidade, dois ladrões sofriam ao lado de Jesus, mas não o insultaram, nem chegaram mesmo a se interessar pelo drama de Jesus, pois eles também suportavam suas dores João (5:31) põe nos lábios de Jesus as seguintes palavras. “Se eu dei testemunho de mim mesmo, não é verdadeiro esse meu testemunho”, ao passo que adiante ele as repete assim (João, 8:14): “Ainda que eu mesmo sou o que dou testemunho de mim, meu testemunho é verdadeiro” Lucas (1:3) diz que é o autor dos seus relatos, para desmentir-se logo adiante ao afirmar que tudo colheu da tradição.”

*Nota Pessoal: Confirmar contradições.

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 269.