Todas o mesmo rosto e falam com a mesma voz

“Seu livro é celebrado por todo lugar, pois ele aumenta consideravelmente a produtividade. Apesar de seu sucesso, ele entra em uma severa crise existencial. Ele parece sozinho, perdido, entediado, desiludido, desorientado na sociedade esvaziada de sentido, monótona, planificada, do consumo e do desempenho. Aqui, as pessoas têm todas o mesmo rosto e falam com a mesma voz. A voz do motorista de táxi, da garçonete ou do gerente do hotel é idêntica à voz de sua mulher ou de sua ex-amante.”

HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 145.

Terror do igual

Contradições de crença

“Esses conflitos entre várias de nossas crenças ou entre nossas crenças e um saber esta belecido indicam a principal circuntância em que somos levados a mudar de atitude.Quando uma crença contradiz outra ou parece incompatível com outra, ou quando aquilo em que sempre acreditamos é contrariado por uma outra forma de conhecimento, entramos em crise.”

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 19.

Introdução: Para que filosofia?

Momentos de crise

Aula Magna

 

Caldo de cultivo para teorias da conspiração

“Na crise pandêmica, números puros como os “números de casos” ou a “incidência” aumentam a insegurança fundamental, pois não esclarecem nada. A simples contagem de números desperta uma necessidade por contos, por narrativas. É por isso que a crise pandêmica é um caldo de cultivo para teorias da conspiração.”

HAN, Byung-Chul. Infocracia: Digitalização e a crise da democracia. Ed. Vozes, 2022, Local 867.

A crise da verdade

A crise atual da ação comunicativa

“A crise atual da ação comunicativa pode ser atribuída ao metanível de que o outro está desaparecendo. A desaparição do outro significa o fim do discurso. Toma da opinião a racionalidade comunicativa. A expulsão do outro reforça a coação da autopropaganda de doutrinar a si mesmo com suas próprias ideias. Essa autodoutrinação produz infobolhas autistas que dificultam a ação comunicativa. Aumentando a coação à autopropaganda, espaços discursivos ficam cada vez mais recalcados por câmeras de eco, nas quais eu escuto sobretudo a mim mesmo falar.

O discurso pressupõe a separação entre opinião e identidade próprias. As pessoas que não têm essa capacidade discursiva aderem de modo desesperado à sua opinião, pois senão ficariam ameaçadas de perderem sua identidade. Por esse motivo, a tentativa de dissuadi-las de suas convicções está condenada ao fracasso. Não escutam o outro, não escutam atentamente. O discurso, contudo, é uma práxis da escuta atenta. A crise da democracia é, antes que mais nada, uma crise da escuta atenta.”

HAN, Byung-Chul. Infocracia: Digitalização e a crise da democracia. Ed. Vozes, 2022, Local 453-457.

O fim da ação comunicativa

A crise do presente

“A crise do presente consiste em que tudo aquilo que poderia dar sentido e orientação à vida está se partindo. A vida já não se apoia em nada resistente que a sustente. O verso de Rilke de Elegias de Duíno, “Pois em parte alguma há permanência”, expressa da melhor maneira possível a crise do presente. Nunca a vida foi tão fugidia, efêmera e mortal como hoje.”

HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 874.

A Absoluta falta de ser

Oportunidades e Crises

Cada dificuldade na vida nos oferece uma oportunidade para nos voltarmos para dentro de nós mesmos e recorrermos aos nossos recursos interiores escondidos ou mesmo desconhecidos. As provações que suportamos podem e deve nos revelar quais são as nossas forças.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 37

Iniciação e Ansiedade

“Freud sugeriu que todos os momentos de ansiedade reproduzem os dolorosos sentimentos da primeira separação da mãe – a falta de fôlego, a congestão, etc., da crise do nascimento. Inversamente, todos os momentos de separação e de novo nascimento produzem ansiedade”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 61.

Separação e Transfiguração

“O professor Toynbee utiliza os termos “separação” e “transfiguração” para descrever a crise por intermédio da qual é atingida a dimensão espiritual mais elevada que possibilita a retomada do trabalho da criação. O primeiro passo, a separação ou afastamento, consiste numa radical transferência da ênfase do mundo externo para o mundo interno, do macrocosmo para o microcosmo, uma retirada, do desespero da terra devastada, para a paz do reino sempiterno que está dentro de nós”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 27.