Vontade, desejo e Invocação

Vontade e Desejo

A fim de se iniciar na prática da magia, devemos determinar com clare- za nossa vontade e nosso propósito.

Querer e saber querer é um grande segredo.

Querer não é desejar. O desejo mata a vontade. Basta o desejo sem o querer para destruir qualquer trabalho de magia.

Vontade e Invocação

O anjo da vontade é Ariel, energia ou vontade, porque a força mais poderosa é a vontade de um homem que sabe o que quer.

Invocar significa chamar em ti.

Evocar significa chamar para ti.

(…)se queres atrair para ti mesmo os átomos invisíveis da força geradora que é a Vida Universal.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.238.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

 

Vontade, Força e prática

“A filosofia é estudada, ideias são discutidas, símbolos são explicados, mas para aprender a arte mágica após ter aprendido a filosofia da magia, você deve possuir três coisas:

1. A vontade sem desejo.

2. A força para estar sempre em ação.

3. A prática de quem não comete erros.

Aquele que deseja é incapaz de querer. O desejo é um apetite de ilusão que paralisa a vontade, e o mecanismo da vontade se torna mais perfeito na ausência de qualquer desejo. (…) Mas ninguém pode dizer com exatidão onde termina o desejo e começa o querer, apenas a sua filosofia pode explicar isso para você.

(…) o mago tem de possuir a força necessária para transformar-se nas diferentes forças da natureza e produzir. como a natureza, todos os seus milagres e maravilhas;(…) A força para avançar de modo incessante é como a força na imutável persistência da natureza e é a mesma força dos que querem operar milagres.

Na arte da mági ca, aquele que sabe como conceber e não concebe é como o fabricante de espadas que faz a arma para a guerra e não vai à guerra.

Por meio do desenvolvimento de suas faculdades, isto é, pela virtude de seu espírito, o mago se torna um artista depois de ser um filósofo. Esse espírito do mago, instalado e alimentado pelo corpo humano, tem duas grandes prerrogativas que os espíritos desencarnados não têm o poder para transformar energia e a liberdade para materializar. Assim que o mago começa a trabalhar por conta própria, sua alma adaptável torna-se a chama de vida que sobe e desce, como os antigos hermetistas costumavam dizer. Isso significa que o espírito dele vive na terra e no espaço, e somente quando o espírito do homem vivendo na carne adquiriu o poder de subir, isto é, de chegar à superfície da corrente astral, ele é capaz de subjugar todas as criaturas da corrente ou oceano que constitui a aura da Terra.

(…) icthys.

O Cristo – isto é, a alma do homem que, a seu bel-prazer, sobe aos céus ou desce às profundezas – era simbolizado por um peixe que, usando suas nadadeiras e bexigas natatórias, vem à superfície da água ou, sem- pre que tem vontade, desce até as mais profundas cavernas do oceano.

A alma do homem na luz astral é como o peixe na água. Ela só é capaz de operar em harmonia com os poderes intelectuais ultra-astrais após adquirir o poder de subir e descer, como o peixe; antes de atingir esse estado, o homem comum é simbolizado pela tartaruga e o caracol, que representam o corpo astral no pesado recipiente da matéria carnal.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.174-176.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

A preparação para a magia

“A preparação para a magia pressupõe o seguinte:

a) Ter coragem ilimitada e razão fria, que não se inflame com o primeiro lampejo de ilusão.

b) Ter um alto senso de retidão e moralidade e, em virtude disso, ter medo de abusar do que se tenta arrebatar do desconhecido.

c) Desejar luz, a fim de confortar aqueles cuja imperfeição terrena os impede de ver.

d) Entender e fazer entender que o homem tem dentro de si tudo que é necessário para desenvolver as qualidades super-humanas de seu espírito.

e ) Estar convencido de que as consciências íntegras, desejosas do bem, e que são razoáveis e completas, sem hipocrisia e medo, convidam o gênio que está mais próximo da natureza do indivíduo a se manifestar.

f) Estar convencido de que a maré de opiniões e frases banais deturpa, distorce e traduz mal a linguagem que o gênio dirige à nossa consciência, e que assim fechamos nossos ouvidos à ver dade para dar ouvidos a mentiras.

g) Estar convencido de que, se o gênio é tomado como guia, a ser pente astral que aparece como signo da luta é dominada e o individuo torna-se um deus; se, em vez de compreender, ele entende mal, ou melhor, sonha com uma repreensão, vai cair na boca da serpente.

O silêncio dos arredores é, para o espírito, quase como a abstinência de alimentos indigestos para o estômago.

A palavra que pronunciamos é uma projeção fluídica de nossa concepção (…).

Na magia, a palavra é um instrumento de concretização e o silêncio sobre as coisas sagradas da Verdade é a maneira de nos conservarmos puros para dar mais vida às ideias que devem ser projetadas, evitando que as repercussões de ideias projetadas perturbem os meios de recepção do mago.

(…)

Se o iniciador é um verdadeiro iniciador e não um charlatão, o discípulo percebe, estende a mão para ele, tenta se fundir com sua alma e o ama. O amor é divino; o discípulo deve amar seu mestre porque, sem amor ilimitado, que tende para o bem, a mente do discípulo não compreenderá o coração do mestre.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 79-82.

Segunda Parte

Preparação

Tranquilidade e humildade

“Estas almas, com muita tranquilidade e humildade, têm grande desejo de serem ensinadas por qualquer pessoa que lhes possa causar proveito. Muito ao contrário, os primeiros, de que falamos acima, querem ensinar tudo; e até quando parece que alguém lhes ensina, eles mesmos lhes tomam a palavra da boca, como quem já o sabe muito bem.

Como permanece nessas almas humildes o espírito da sabedoria de Deus, logo as move e inclina a guardar escondidos os seus tesouros no íntimo, e a lançar fora seus males.”

CRUZ, São João da. A noite escura da Alma. Editora Família Católica, 2018, versão Kindle, Posição: 331-340.

O desejo e o que a carne precisa

“Ele conhece o desejo e o que a carne precisa. A alma não tem desejo? O corpo não peca sem a alma, assim como [12] a alma não é salva sem o espírito. Mas se a alma é salva do mal e o espírito também é salvo, o corpo torna-se sem pecado. O espírito anima a alma, mas o corpo a mata. A alma mata a si mesma.

Na verdade vos digo, Ele nunca perdoará o pecado da alma ou a culpa da carne, pois nenhum daqueles que vestiram a carne será salvo. Vocês acreditam que muitos encontrarão o reino dos céus?”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Secreto de Tiago
(Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro VI) – Versão Kindle, Posição 568-573.

Tirania tirânica

“Como é essa desconsideração das idéias e desejos dos “outros” que faz a tirania tirânica, a tarefa consiste em romper a corrente cismogenética (como diria Gregory Bateson) da negligência arrogante, de um lado, e do dissenso mudo, de outro, e encontrar algum terreno em que ambos possam se encontrar para uma conversação frutífera. Esse terreno (e aqui Kojève e Strauss concordam) só pode ser oferecido pela verdade da filosofia, que se ocupa — necessariamente — das coisas eternas e válidas absoluta e universalmente. (Todos os outros terrenos, oferecidos pelas “meras crenças”, só poderão servir como campos de batalha, e nunca como salas de conferência).”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 875.

Capítulo 1 | Emancipação

A teoria crítica revisitada

Seguidores da santíssima pobreza

“Seguidores da santíssima pobreza” porque não tinham nada, nada desejavam, e por isso não tinham medo de perder coisa alguma.

Estavam contentes com uma única túnica, remendada às vezes por dentro e por fora: não lhes servia de enfeite, mas de desprezo e pobreza, para poderem mostrar claramente que nela estavam crucificados para o mundo. Cingiam-se com uma corda e usavam calças de pano rude, fazendo o piedoso propósito de ficar simplesmente assim, sem ter mais nada.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 631-633.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo 15- Fama de São Francisco

A alma não reza mais

“Somente o silêncio, a imaginação, abre profundos espaços internos de desejo à subjetividade: “A subjetividade absoluta só pode ser alcançada em estado de silêncio, o esforço para alcançar o silêncio (fechar os olhos significa fazer a imagem falar no silêncio).

O desastre da comunicação digital decorre do fato de que não temos tempo para fechar os olhos. Os olhos são forçados a uma “voracidade constante”. Eles perdem o silêncio, a atenção profunda. A alma não reza mais.”

HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 1328-1331.

Silêncio

Os desejos são impulsos de energia organizados

Os desejos são impulsos de energia organizados, chamados de pensamentos. Desejos que são mesclados com sentimentos e emoções magnetizam as células cerebrais nas quais eles estão armazenados e preparam essas células para que sejam assumidas e direcionadas pela Lei do Ritmo Hipnótico. Quando qualquer pensamento aparece no cérebro, ou é criado lá, e é misturado com os sentimentos puros da emoção do desejo, a Lei do Ritmo Hipnótico começa a agir e, de uma vez por todas, começa a traduzir isso no seu equivalente físico.

Hill, Napoleon. Mais Esperto que o Diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso,Ed. Citadel, 2014, pág.173.