Saúde: nova Deusa

“É desnuda porque está despida de toda transcendência, porque foi reduzida à imanência da mera vida, que deve ser prolongada a qualquer custo e com todos os meios. A saúde é elevada à nova deusa. Por isso, a mera vida se tornou sagrada.”

HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Ed. Vozes, 2022, Local 888.

Anexos: Sociedade do Esgotamento

Deus (Pai e Mãe) era Masculino- Feminina

“(…)Marco… não apenas conclui desse relato que Deus é uma díade (“Façamos a humanidade”), mas também que a “humanidade, constituída segundo a imagem e semelhança de Deus (Pai e Mãe), era masculino- feminina.

Contudo, todas as fontes citadas anteriormente – evangelhos secretos, revelações e ensinamentos místicos- estão entre os excluídos da seleta lista que constitui a coleção do Novo Testamento. Cada um dos textos secretos reverenciados pelo grupo gnóstico foi omitido da coletânea canônica, e classificado de herege pelos chamados cristãos ortodoxos. Na época em que terminou a seleção dos vários escritos – talvez no fim do ano 200 -, quase todas as imagens retóricas femininas para Deus haviam desaparecido da tradição cristã ortodoxa.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 63.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Tudo Isso é Magia

“Pois existem três grandes eventos na vida do homem: o Amor, a Morte e a Ressurreição num novo corpo; e a Magia controla todos os três. Pois, para conhecer plenamente o amor; você deve voltar a mesma época e ao mesmo lugar que a pessoa amada, e deve se lembrar e ama-la novamente. Mas, para renascer, você tem de morrer estar pronto para um novo corpo; para morrer, você tem de nascer; e, sem amor, você não pode nascer. E tudo isso é Magia!

Um trecho do “Mito da Deusa” como encontrado na Wicca gardneriana.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, p. 66.

Morte e Ressurreição

“Existe um tema comum em mitos pelo mundo afora, o relacionado a morte e a ressurreição. O simbolismo é muitas vezes aprofundado, acrescendo-se uma descida ao submundo, com posterior retorno. Nós encontramos esse mito na descida de Ishtar ao Mundo dos Mortos e na busca por Tannaz; na pedra dos cachos dourados de Sif; na perda das maçãs douradas de Idunn; na morte na ressurreição de Jesus; Na morte na ressurreição de Shiva e muitos mais. Basicamente, todos representa uma chegada do outono e do inverno, seguida pelo retorno da primavera e do verão; a figura principal representando o espírito da vegetação.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, pp. 64-65.

Se os Bois Pudessem Esculpir

“No século VI aec, o filósofo Xenófanes evidenciou fato de que as divindades são determinadas por fatores étnicos. (…) E cinicamente comentou que, se os cavalos e bois pudessem esculpir, eles provavelmente representariam seus deuses na forma animal! (…) Em seu desenvolvimento inicial, as pessoas passaram a adorar suas divindades principais: o Deus Cornífero da Caça e a Deusa da Fertilidade. Eles eram nossas representações – sob formas compreensíveis – do Poder Supremo que de fato rege a vida.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, p. 60.

Inverno e Verão

“O ano era dividido naturalmente em dois. No verão, os alimentos podiam ser cultivados, e por isso a Deusa predominava; no inverno, os homens e mulheres tinham de se voltar para a caça, portanto o que predominada era a energia do Deus. (…) O Deus Cornífero passou a ser visto mais como um deus da natureza em geral, um deus da morte e de tudo o que existe depois dela. A Deusa ainda regia a Fertilidade e o Renascimento (…).”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, p. 32.

Deusa Provedora

“A mulher é quem carrega e nutre a prole. A Deusa era sua representação, como Grande Provedora e Nutriz; Mãe Natureza ou Mãe Terra.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, p. 31.

O Encontro Com a Deusa

“O encontro com a deusa (que está encarnada em toda mulher) é o teste final do talento de que o herói é dotado para obter a benção do amor (caridade: amor fati), que é a própria vida, aproveitada como o invólucro da eternidade”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 119.

Deusa Mulher

“Tal como a mudança, o rio do tempo, a fluidez da vida, a deusa cria, preserva e destrói a um só tempo. (…)  A mulher representa, na linguagem pictórica da mitologia, a totalidade do que pode ser conhecido. O herói é aquele que aprende”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 116-117.