A relação entre direito e poder

“Mas compreendi logo que me tinha feito a pergunta, não como investigador da natureza e físico, mas como amigo da humanidade, respondendo ao convite da Sociedade das Nações (…)

Começa com a relação entre direito e poder (…).

Os conflitos de interesses entre os homens são, em princípio, solucionados mediante o recurso à força. Assim acontece em todo o reino animal, do qual o homem não se deveria excluir; mas, no caso deste, acrescentam-se ainda conflitos de opiniões que atingem as maiores alturas da abstração e parecem exigir uma outra técnica para a sua solução. Mas isto é só uma complicação relativamente recente. Inicialmente, na pequena horda humana, a maior força muscular era a que decidia a quem deveria pertencer alguma coisa, ou a vontade que se deveria levar a cabo. A força muscular cedo é reforçada e substituída pelo uso de instrumentos; vence quem possui as melhores armas ou as emprega com maior habilidade. Com a introdução das armas, a superioridade intelectual começa já a ocupar o lugar da força muscular bruta, mas o objetivo final da luta persiste o mesmo: pelo dano que se lhe inflige ou pela aniquilação das suas forças, uma das partes em litígio é obrigada a abandonar as suas pretensões ou a sua posição.”

FREUD, Sigmund. Porquê a Guerra? – Reflexões sobre o destino do mundo, Ed. Edições 70, 2019, pág.63-64.

Reflexões a dois sobre o destino do mundo (1932)

“Carta de Freud a Einstein”

Direitos e Deveres

“O problema da liberdade é sempre uma questão delicada para todas as criaturas, porque todos os direitos adquiridos se fazem acompanhar de uma série de obrigações que lhes são correlatas. Cumpre considerar que toda elevação requer a plena consciência do dever a cumprir (…).” (Ismael)

Xavier, Francisco Cândido / Humberto de Campos. Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1938, p. 105.