“Barthes também inclui a fotografia pornográfica como uma fotografia monótona. Ela é lisa, enquanto a fotografia erótica é uma imagem “transtornada, fissurada”. Nenhuma informação apresenta rupturas. Assim, não existem informações eróticas. A informação é pornográfica por sua própria essência. O que está completamente à vista e integralmente exposto não seduz. O erótico pressupõe um “campo cego”, algo que escapa à visibilidade, à revelação de informações: “É a presença (a dinâmica) deste campo cego, creio eu, que distingue a fotografia erótica da pornográfica”. O “campo cego” é o lugar da fantasia. Ela só se abre no fechar dos olhos.
O ruído das informações impede experiências de presença, mesmo revelações, aos quais um momento de silêncio é inerente.”
HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 964-973.
Magia das coisas