“Era o anjo ameaçado pelos seus adversários sombrios, que não podiam afetar-lhe. a divina contextura espiritual, mas tentavam ferir-lhe o corpo transitório, precioso instrumento do seu trabalho messiânico na Terra. Esses espíritos diabólicos, que a própria Bíblia os sintetizou tão bem na “tentação de Satanás recorriam às próprias cargas de inveja e de ciúmes que se formavam em torno de Jesus, por força do despeito dos próprios conterrâneos, Assim protemanipulavam o material hostil produzido pelas mentes insatisfeitas diante da gloriosa figura daquele ser, com a intenção de turbar-lhe o sentidos nervosos e o comando cerebral.
Então, a sua respiração tornava-se aflitiva e o seu coração se afogueava; o sistema hepatorrenal apressava-se a eliminar qualquer tóxico que se materializasse decorrente de condensação de fluidos ferinos. O menino Jesus, num impulso instintivo, corria, célere, para longe da bulício dos seus companheiros e se deitava, exausto, sobre a relva macia, ou à beira do regato, debaixo das figueiras, ou ainda entre os arbustos umedecidos, como se o orvalho e o perfume das florinhas silvestres pudessem lhe refrigerar a mente incandescida.
Mas em tais momentos ele era alvo dos cuidados atenções do anjo Gabriel e de suas falanges, que então o aconselhavam a buscar o refúgio no seio da Natureza amiga durante suas crises emotivas ou opressões astralinas. Ali, esses sublimes amigos podiam manipular extratos vitalizantes e fluidos protetores apanhados dos duplos etéricos do regato, das flores e dos arvoredos benfeitores que se transformavam em energias terapêuticas, imunizando-o contra os dardos ofensivos dos espíritos trevosos.
(…)
De acordo com as vossas próprias mensagens, em que o espírito sublime só atrai bons fluídos, como se explica a necessidade de tantos cuidados e proteções do menino Jesus, quando ele era um anjo exilado na Terra?
RAMATIS: Dissestes muito bem: “Jesus era um anjo exilado na Terra”, isto é, um anjo fora dos seus domínios e submerso num escafandro de carne, que o reduzia em seu potencial angélico.
(…) ninguém se basta por si mesmo, nem o próprio Jesus, pois se a Vida é fruto da troca incessante do choque de energias criadoras atuando em seu plano correspondente, quando hostis elas forem a qual quer espírito mergulhado na carne. A si mesmo só se basta Deus, que é o Pai, Senhor da Vida!
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Quando a Pedagogia Sideral adverte que o espírito sublime só atrai bons fluidos, e a alma delinquente é a culpada pela carga nefasta que recepcionar sobre si mesma, nem por isso, os bons deixam de ser alvo dos malefícios da inveja, do ciúme ou da má-fé humana.
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O pseudo-Diabo da Mitologia, que compreende simbolicamente as falanges dos espíritos malignos, não se contenta em arrebanhar para o seu reino trevoso somente as almas pecaminosas; porém, conforme assegura a própria Bíblia, ele tudo faz para poluir os bons e chegou mesmo a tentar o próprio Jesus. O anjo, pois, é justa mente o ser mais alvejado pela malícia, crueldade, inveja, ciúme e despeito daqueles que ainda são escravos da vida animalizada do mundo profano.
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Não há duvida de que os bons só atraem os bons fluidos e acima de tudo ainda merecem a companhia e a proteção dos bons espíritos, mas é conveniente meditarmos em que, nem por isso, estamos livres da agressividade dos espíritos maléficos, que não se conformam em sofrer qualquer derrota espiritual.
PERGUNTA: – Não se poderia deduzir que essa proteção extraordinária e poderosa sobre Jesus também deveria estender-se a todas as criaturas benfeitoras e assim livrá-las definitivamente das investidas maléficas do mundo oculto?
RAMATIS: – Sem dúvida; isso é racional e justo, porém, é essencial que tais criaturas façam por merecer essa proteção superior, assim como a merecia Jesus.”
RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 130-132.