A Essência do Tempo

“Pois a essência do tempo é o fluxo, a dissolução do momentaneamente existente; e a essência da vida é o tempo. (…) O paradoxo da criação, do surgir das formas temporais a partir da eternidade, é o segredo germinal do pai. Ele jamais pode ser efetivamente explicado. (…) O herói transcende a vida, com sua mancha negra peculiar e, por um momento, ascende a um vislumbre da fonte”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 142.

O Encontro Com a Deusa

“O encontro com a deusa (que está encarnada em toda mulher) é o teste final do talento de que o herói é dotado para obter a benção do amor (caridade: amor fati), que é a própria vida, aproveitada como o invólucro da eternidade”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 119.

Amor Transcendente

“(…) fundamentalmente, é uma passagem para dentro – para as camadas profundas em que são superadas obscuras resistências e onde forças esquecidas, há muito perdidas, são revitalizadas, a fim de que se tornem disponíveis para a tarefa de transfiguração do mundo. Cumprida essa etapa, a vida já não sofre sem esperança sob o peso das terríveis mutilações do desastre absoluto, esmagada pelo tempo, terrível ao longo do espaço; mas o seu horror ainda visível e seu gritos aflitos ainda tumultuados, ela se torna penetrada por um amor que a tudo abarca e a tudo sustém e por um conhecimento do seu próprio poder não conquistado. Uma parcela do lume que arde invisivelmente nos abismos de sua materialidade normalmente opaca irrompe, com um distúrbio crescente. Assim, as horrorosas mutilações são vistas, tão somente, como sombras de uma eternidade imanente e imperecível, o tempo se rende à glória, e o mundo canta com o prodigioso e angelical – mas talvez, no final das contas, monótono – canto da sereia das esferas”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 35-36.

Tudo Está em Mudança

“Tudo está em mudança; nada morre. O espírito vagueia, ora está aqui, ora ali, e ocupa o recipiente que lhe agradar… Pois o que existiu já não é, e o que não existiu começou a ser; e assim todo ciclo de movimento se reinicia”. “Apenas os corpos em que habita o eterno, imperecível, incompreensível Eu, perecem.”

Citando Ovídio e Bhagavad Gita in Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 35.

 

Valor Real Diante da Eternidade

Diário Espiritual de 03 de outubro de 2019

[ Após o grande vendaval ]

“O que tem valor real diante da eternidade?

A passagem do tempo sobre as angústias humanas afligem o espírito sedento da integração cósmica com tudo o que o Todo chamou a existir. Todas as coisas ascendem ao desenho original imanente que modela as formas, dimensões e realidades à que somos convidados à participar.

Orientar o centro do nosso ser ao ideal divino nos dá a perspectiva necessária para fluir no ritmo soberano de todas as leis universais. Ainda assim, “em tudo dai graças”, por todas as ocasiões seja grato, porque não há coisa alguma, fato algum, experiência alguma que não nos produza consciência depurada.

A máxima consciência é a integração plena de cada ser com aquele que É.”

William Walker