“Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo. Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento. Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções.
Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca.
Quem governa emitirá forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado.
Quando o poder é intemperante, sofre o povo a intranquilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria e a crueldade.
Daí, conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício.
No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lhe é devido.”
Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. Pensamento e Vida. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 15-16.