“Um guru não é um instrutor espiritual comum. Podemos ter muitos instrutores, mas um só guru, que é o agente de salvação designado por Deus em resposta aos cativeiro da matéria.
(…)
Nenhum guru pode desenvolver-se somente por anos de estudo na fábrica intelectual de um seminário teológico que considera ter alcançado seus objetivos ao outorgar títulos de bacharel ou de doutor em teologia. Tais títulos podem ser recebidos por pessoas de boa memória; entretanto, caráter, autocontrole e a sabedoria da intuição da alma podem ser cultivados somente pelo conhecimento e aplicação de métodos adiantados de profunda meditação (…)
Tampouco pode alguém ser um guru por sua própria escolha. Ele precisa ser ordenado por um verdadeiro guru, para que possa servir e salvar os outros; ou então precisa de fato ouvir a voz de Deus pedindo-lhe para redimir os demais. (…) Gurus autodesignados desviam-se muito ao escutar a voz do ego imaginativo em sua mente subconsciente.
Os verdadeiros gurus treinam primeiro seu eu interno na escola teológica superior da intuição e da comunhão divina na meditação. Eles se batizam espiritualmente no Espírito antes de pretenderem iniciar os demais.
Não é necessário para um discípulo estar na a fim de receber suas bênçãos. O mais importante é estar espiritualmente em sintonia com o guru, pois sua ajuda é conferida ao discípulo primeiramente no plano espiritual interno, e não por meios materiais.
Se o discípulo se mantém sem uma atitude crítica, considerando o mestre com amor e reverência incondicionais, e segue lealmente seus preceitos, tal receptividade torna mais fácil o trabalho do guru. A sintonia cria um elo entre a ajuda do guru e o esforço sincero do discípulo, ainda que o guru não esteja mais encarnado na Terra.”
YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 127-129.
Capítulo 6: O batismo de Jesus.